António Saraiva é o nome em cima da mesa para a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). O lugar ficará vago com a ida de Ana Jorge, presidente do organismo desde 2021, para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), onde será a provedora a partir de 1 de maio.
Ex-ministra da Saúde Ana Jorge vai a ser nova provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Passando para a SCML, substituindo Edmundo Martinho, que estava à frente da instituição desde novembro de 2017, Ana Jorge deixa livre a presidência da Cruz Vermelha.
E é para esse cargo que o nome de António Saraiva surge ao que apurou o Observador. O empresário deixou a 12 de abril a presidência da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, dia em que Armindo Monteiro tomou posse como novo líder da organização que representa as empresas nacionais.
Agora, poderá avançar para a Cruz Vermelha, ainda que o seu nome não tenha ainda sido consensualizado. O Observador não conseguiu, até ao momento, contactar com António Saraiva.
De acordo com os estatutos da Cruz Vermelha, que datam de 2007, “o presidente nacional da CVP é nomeado e exonerado por despacho conjunto do primeiro-ministro e do ministro da Defesa Nacional, sob proposta do conselho supremo ou, não sendo obtido consenso neste órgão, por proposta de uma comissão constituída pelo ministro da Defesa Nacional ou seu representante e pelos presidentes da assembleia geral e do conselho fiscal”. Neste momento, de acordo com fonte oficial do Ministério da Defesa, “estão em curso as diligências estatutariamente previstas para a substituição da atual titular da presidência nacional da CVP”, não tendo este gabinete confirmado (nem desmentido) o nome de António Saraiva. Até ao momento o gabinete do primeiro-ministro não fez qualquer comentário.
O Ministério da Defesa, contactado pelo Observador, remete precisamente para os estatutos da entidade, que dá a incumbência ao conselho supremo da Cruz Vermelha Portuguesa propor ao Governo, por consenso entre os seus membros, a personalidade a nomear como presidente nacional. Com o consenso, haverá despacho do primeiro-ministro e do ministro da Defesa Nacional. Só se não houver haverá lugar à constituição de uma comissão, no qual tem assento o Ministério da Defesa.
O conselho supremo é constituído pelo ministro da tutela, pela presidente nacional, pelos vice-presidente da CVP (Agostinho Pereira de Miranda, Duarte Pitta Ferraz, Manuel Gonçalves, Manuel Pedro Magalhães), pelo presidente da assembleia geral, (Manuela Filipe), pelos secretários da assembleia geral (Fausto Mendonça e António Pimenta de Castro), pelos representantes dos departamentos ministeriais (dois da Defesa, e um de cada das Finanças, Administração Interna, Negócios Estrangeiros, Educação, Ensino Superior, Saúde, Segurança Social e Juventude), por dois representantes de duas instituições com papel preponderante em atividades de caráter humanitário escolhidas pelo presidente de honra e pelos delegados regionais. Normalmente o nome que é proposto pelo poder político acaba por ser escolhido, segundo fontes que já estiveram ligadas ao processo eletivo deste organismo.
Segundo os mesmos estatutos “compete ao ministro da Defesa Nacional o exercício da tutela inspetiva da CVP na administração dos seus recursos”, cabendo-lhe também a promoção de “todas as iniciativas legislativas que respeitem à sociedade”, a homologação do relatório e contas dos exercícios anuais, a promoção “das necessárias medidas de forma a contribuir para a realização do suporte financeiro adequado”.