O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu esta terça-feira uma investigação ao recente massacre de civis no Burkina Faso, em que pelo menos 150 pessoas foram mortas a tiro.
De acordo com a porta-voz do Gabinete, Ravina Shamdasani, o massacre foi efetuado por paramilitares do grupo Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), que “cercou a localidade de Karma, na província de Yatenga, no norte, e disparou aleatoriamente contra a população”, disse, na passada quinta-feira, em conferência de imprensa.
Segundo a agência EFE, a mesma responsável acrescentou que, “depois de cometer esses assassinatos”, o grupo de homens saqueou casas, lojas e mesquitas.
Shamdasani, disse que os agressores acusaram os residentes de Karma de abrigar vários membros da organização terrorista ligada ao Estado Islâmico, Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos.
O massacre ocorreu vários dias após a morte de oito soldados e 32 paramilitares do VDP – um grupo de voluntários civis que colabora com o Exército de Burkina Faso na luta contra grupos jihadistas – numa base militar próxima.
A ONU apelou a todas as partes em conflito no Burkina Faso que respeitem os Direitos Humanos e não ataquem civis, alertando que tal pode constituir crime de guerra.
Nos últimos meses, as forças armadas do país e o VDP realizaram ataques a outras aldeias do Burkina Faso, causando mais de 70 mortes, segundo estimativas da ONU.