A Samsung Electronics anunciou esta quinta-feira um lucro líquido de 1,57 biliões de wons (1,06 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2023, menos 86,1% em termos anuais e o menor em 14 anos.

Num comunicado enviado esta quinta-feira à bolsa de valores de Seul, a gigante tecnológica sul-coreana referiu ainda que o lucro líquido caiu 93,4% em comparação com os últimos três meses do ano passado, dada a queda na procura mundial por chips.

A Samsung já tinha anunciado a 7 de abril que iria reduzir a produção de chips “a um nível significativo”, para reduzir o excesso de inventário face a um mercado de semicondutores em retração, sem adiantar pormenores sobre os níveis de redução da produção nas fábricas.

A empresa, com sede em Seul, registou um EBITDA (sigla em inglês para resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 1,83 biliões de won (1,24 mil milhões de euros), uma queda de 63,7% em relação ao período entre janeiro e março de 2022.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O lucro operacional da Samsung no primeiro trimestre foi de 640 mil milhões de won (432 milhões de euros), menos 85,1% em termos anuais, mas maior do que a previsão feita pelo conglomerado há três semanas.

Em 7 de abril, a gigante tecnológica admitiu esperar uma queda de 95,8% nos lucros operacionais entre janeiro e março, para 600 mil milhões de won (417 milhões de euros).

A divisão Device Solutions, responsável pela produção de chips, teve um prejuízo operacional de 4,58 biliões de won (3 mil milhões de euros) nos primeiros três meses de 2023, muito longe do lucro de 8,45 biliões de won (5,7 mil milhões de euros) no início do ano passado.

Foi a primeira vez em 14 anos que este ramo da Samsung registou prejuízos, sendo que a última vez tinha sido no primeiro trimestre de 2009, em plena crise financeira mundial.

Em comunicado, a maior fabricante de chips de memória do mundo disse esperar que “a procura recupere gradualmente na segunda metade deste ano, pois os níveis de inventário dos clientes terão diminuído devido aos ajustes feitos desde a segunda metade do ano passado”, quando a economia global começou a desacelerar.

Entretanto, os analistas preveem um período ainda mais difícil entre abril e julho, sendo possível que a Samsung registe o primeiro prejuízo global desde 2008.

“Não podemos descartar a possibilidade de que a Samsung vá para o vermelho quando o efeito dos novos telemóveis diminuir”, disse Hwang Min-seong, analista da Samsung Securities, citada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.