O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve esta sexta-feira intacta a estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultrabaixas. Esta foi a primeira reunião do conselho de política monetária presidida pelo novo governador.
De acordo com um comunicado divulgado após a reunião, o banco central japonês vai manter taxas de juro de referência negativas e o objetivo para os juros das obrigações do Estado a 10 anos em torno de 0%.
Na primeira reunião sob o mandato de Kazuo Ueda, o conselho decidiu ainda manter a faixa mais alargada para a curva dos juros das obrigações do Estado, adotada em dezembro, e que foi interpretada pelos mercados como um indicador de futuras subidas de taxas.
Banco do Japão tem novo governador. Vai ser Kazuo Ueda a acabar com política de taxas negativas?
O BoJ manteve também inalterados outros pilares da estratégia de estímulos, em vigor há uma década, incluindo compras massivas de fundos cotados e títulos de empresas.
O regulador financeiro do Japão intensificou as aquisições de títulos de empresas durante a pandemia, para apoiar o setor privado, mas já revelou ter planos para regressar gradualmente ao nível pré-covid.
Dadas as “incertezas extremamente altas que rodeiam as economias e os mercados financeiros” tanto doméstica quanto globalmente, o BoJ disse ter decidido “continuar pacientemente a flexibilização monetária e responder com flexibilidade aos desenvolvimentos na atividade financeira, económica e de preços”.
O objetivo é atingir uma inflação anual na na ordem dos 2% “de forma sustentável e estável” e “acompanhado de aumentos salariais”, referiu o banco central.
Embora o índice de preços no consumidor tenha atingido 3,1% em março, o BoJ espera que este indicador atinja um pico nos próximos meses e abrande para menos de 2%, o objetivo fixado pelo banco central japonês, no ano fiscal em curso.
O regulador garantiu que as medidas de estímulo “continuarão até que o índice de preços no consumidor exceda 2% e fique acima desse teto de maneira estável”.
Após a reunião de dois dias, o BoJ divulgou também a previsão para a inflação em 2025, estimada em 1,6%, o que representa uma desaceleração em relação às estimativas para 2024, de 2,0%, e para 2023, de 1,8%.
Em relação ao produto interno bruto japonês, o banco central prevê um crescimento real de 1,4% para o ano corrente (0,3 pontos a menos que a estimativa anterior), uma subida de 1,2% para 2024 e um aumento de 1% em 2025.