Pode uma equipa fazer 38 jogos oficiais, ganhar 34, sofrer apenas dois desaires e não ficar completamente satisfeita com o que fez? Pode. E foi isso que voltou a acontecer na última temporada com o hóquei em patins feminino do Benfica, que dominou por completo tudo o que eram competições nacionais (Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça) mas voltou a cair na Final Four da Liga dos Campeões, perdendo em Gijón com o futuro campeão europeu Palau i Plegamans. Mais uma vez, o sonho de voltar a conseguir uma vitória na maior competição de clubes da Europa como aconteceu em 2015 permanecia adiado. Até agora.

A história das 16 edições da competição desde 2007 (a de 2019/20 foi cancelada devido à pandemia da Covid-19) mostravam bem a hegemonia das formações espanholas, que ganharam por 14 vezes entre Voltregá (seis), Gijón (cinco), Palau i Plegamans (dois, as últimas disputadas) e Alcorcón (uma). Só mesmo o Benfica conseguiu furar esse domínio em 2015, sendo esse o grande objetivo nesta Final Four que tinha como sede Lisboa e o Pavilhão da Luz. Também por esse apoio do público havia maior esperança das encarnadas.

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“A equipa está muito focada para, primeiro, no jogo de sábado, fazer o máximo ao seu alcance e chegar à final. O CP Vila-Sana é uma grande equipa recheada de grandes jogadoras, não só espanholas, mas também argentinas, concretamente quatro que foram campeãs do mundo há poucos meses. Teremos de correr e lutar mais, além de procurar a estrelinha durante o jogo. Às vezes, é uma questão de sorte no pormenor, uma bola bater no poste ou na trave. Falta sempre qualquer coisa mas acho que a minha equipa está, a cada ano que passa, mais focada nesses pequenos pormenores”, comentara na antevisão o técnico Paulo Almeida.

Numa época ainda melhor do que a anterior até ao momento, com 34 vitórias em 35 encontros oficiais (só empatou fora com o Turquel na primeira jornada), a conquista da Supertaça e a liderança em todas as fases do Campeonato, o Benfica apostava tudo agora nesta Final Four da Champions para chegar a uma decisão onde não marcava presença desde 2018, quando perdeu com o Gijón (4-3). No entanto, e mais uma vez, o encontro será mesmo decidido entre formações espanholas, neste caso o Gijón e o CP Vila-Sana.

Luciana Agudo inaugurou o marcador aos 8′ mas Marlene Sousa, capitã e grande impulsionadora do jogo das encarnadas, conseguiu a reviravolta de imediato com golos em minutos consecutivos que fizeram o resultado ao intervalo (9′ e 10′). O CP Vila-Sana merecia mais na primeira parte mas saiu a perder, o Benfica merecia mais no segundo tempo mas acabou por perder: Luciana Agudo fez o empate num livre direto que Maria Vieira não viu sair (36′) e Daiana Silva, no último minuto, quando o Benfica se acercava em busca do 3-2, conseguiu concluir da melhor forma uma saída rápida de 2×1 que decidiu a partida (50′).