Liderou durante vários minutos a primeira sessão de treinos livres, teve um pequeno problema no travão dianteiro que não permitiu arriscar na última volta que poderia valer novo salto para o top 10, parecia não ter armas para dar a volta na segunda sessão perante os tempos que estavam a ser registados. Aliás, bastava só ver a frustração de nomes como Fabio Quartararo, Marco Bezzecchi ou Alex Rins para se perceber que as condições da pista não estavam favoráveis para grandes mudanças – algo que tinha acontecido antes quer no Moto3, quer no Moto2. No entanto, havia um golpe de asa preparado por Miguel Oliveira no final.

O Falcão tinha um golpe de asa preparado para o fim: Miguel Oliveira faz sétimo melhor tempo e vai à Q2 em Espanha

“Atrasado” por uma bandeira amarela após queda de Alex Rins, o português foi cravando os seus melhores registos por setor. No primeiro, no segundo, no terceiro. A entrada para o top 10 parecia inevitável quando havia apenas mais um minuto e meio de sessão pela frente e o número 88 subiu mesmo ao quarto lugar, que seria suficiente para, mesmo ficando em sétimo, garantir entrada na Q2 do Grande Prémio de Espanha (corrida sprint no sábado, corrida longa no domingo) com o campeão mundial Pecco Bagnia, Brad Binder, Fabio Quartararo, Marco Bezzecchi ou Alex Rins a terem de passar pela Q1 de onde só dois iam para a Q2.

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“A primeira sessão de treinos foi um pouco desapontante no final, porque tivemos um pequeno problema nos travões da frente e não fomos capazes de fazer um tempo rápido. Sabíamos que tínhamos uma boa chance em termos de temperatura e de vento para fazê-lo, mas não foi o ideal. Contudo, aproveitámos ao máximo a segunda sessão, fizemos um bom trabalho e todas as Aprilia foram bastante competitivas”, comentou o piloto da RNF Aprilia, que viu as duas motos de fábrica ficarem nos primeiros lugares na sexta-feira.

“É bom quando podemos olhar para a outra garagem e tentar. Mesmo que as motos sejam muito diferentes, pelo menos podemos escolher uma direção para tentar amanhã [sábado]. Vamos seguir sempre o nosso caminho, mas é sempre agradável quando temos uma performance muito similar à das motos de fábrica. Isso dá-nos um pouco de margem para respirar e fazer um bom trabalho”, acrescentou Miguel Oliveira.

Depois do quarto lugar conseguido na qualificação do Grande Prémio de Portugal, e também pelos sinais que saíram dos treinos desta manhã, Miguel Oliveira podia ambicionar no limite a uma entrada na primeira linha da grelha, sendo que uma posição nas três primeiras linhas já poderia ser uma boa notícia para aquilo que poderia ser a corrida sprint e a corrida longa. Antes, a Q1 teve uma luta acesa sobre alguns dos pilotos que já ganharam ou são candidatos a ganhar provas este ano, com Pecco Bagnaia e Brad Binder a passarem para a Q2 num período que antecedeu o início da chuva (não esperada) em algumas zonas do circuito.

Jack Miller foi o principal beneficiado com essas condições mais traiçoeiras, passando para a frente da Q2 antes de Álex Márquez responder da melhor forma e subir ao primeiro lugar. Já Miguel Oliveira começou na sétima posição com uma volta que na parte final saiu prejudicada pela presença de Johann Zarco um pouco à frente mas conseguiu depois subir ao quinto lugar, quase ganhando fôlego para arriscar algo mais numa fase em que os tempos estavam todos a cair com o português em quarto atrás de Aleix Espargaró, Luca Marini e Jorge Martín antes de Márquez voltar à liderança. Estava tudo em aberto para quase todos os pilotos com a melhoria das condições, sendo que que quase todos os que estavam em pista tinham tempos a vermelho ou laranja na última volta, com Miguel Oliveira a acabar no final na sétima posição da grelha. Aleix Espargaró, Jack Miller e Jorge Martín garantiram na qualificação as três vagas na primeira linha.