Miami e as suas praias são um lugar propício ao descanso, mas Max Verstappen colocou-se em trabalhos. O neerlandês ainda deve estar a pensar numa justificação para ter deixado para o fim a concretização de uma volta que, para um piloto do nível do campeão do mundo, bastava que fosse razoável. Em vez disso, o acidente de Leclerc antecipou o fim da Q3 e pole-position ficou para Sergio Pérez que tinha cumprido o seu dever a tempo.

Charles Leclerc tinha oferecido uma novidade à Fórmula 1 no GP do Azerbeijão. O monegasco da Ferrari conquistou a pole-postion, contrariando o domínio da Red Bull no que à qualificação diz respeito, isto porque, para a corrida, pouco adiantou, pois Sergio Pérez acabou por levar o primeiro lugar. Se o mexicano saiu a sorrir, o mesmo não se pode dizer do seu companheiro de equipa, Max Verstappen que, além ter visto Checo aproximar-se no campeonato, ficou sentido com George Russell (Mercedes).

Os dois pilotos tocaram-se durante a corrida sprint, o que não deixou o neerlandês nada agradado. Logo no final, o tom da conversa entre os dois aqueceu e parece que o caso não está esquecido. “Foi um pouco patético”, disse Russell. “Somos os dois condutores, estamos neste desporto há muito tempo e temos muita experiência. Vamos ter uma conversa e seguir em frente. Acho que um dia vamo-nos rir disto um dia”.

O envolvimento da Mercedes neste caso, não fez Lewis Hamilton, outrora o piloto que mais temas tinha para discussões com Max Verstappen, esquecer um problema fundamental que se prende com o monolugar que conduz e que continua com as suas lacunas. “Não tenho expectativas em relação ao carro”, disse o piloto no fim dos treinos livres. “Estou a tentar manter-me positivo com isso e vamos trabalhar o mais que pudermos. É só que estamos a morrer, precisamos desesperadamente de melhorais”. Apesar de tudo, no primeiro treino de sexta-feira, a Mercedes marcou os melhores tempos, embora no segundo as coisas tenham sido bastante diferentes.

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Numa altura em que a Mercedes diz ter preparadas melhorias a aplicar em Imola, Toto Wolf tem sido questionado sobre a possibilidade de Charles Leclerc se poder tornar piloto da marca, algo que o diretor da equipa rejeita. “O Charles é uma super pessoa e, a longo prazo, é alguém que tens que ter no teu radar, mas não a curto ou médio prazo”. Para o monegasco, seria ir de mal a pior, porque, apesar de tudo, a Ferrari chegava à qualificação de Miami como a segunda equipa a seguir à Red Bull. A Aston Martin, de Alonso e Stroll, mostrava dificuldades e a Alpine, de Gasly e Ocon, espreitava a surpresa, de acordo com as indicações deixadas na última sessão de treinos livres.

Em colapso total esteva a McLaren, que deixou cair Lando Norris e Oscar Piastri na Q1. Por sobressaltos, passou também a Mercedes, mas, neste caso, foi só uma questão de demora, dado que, no final, quer Hamilton, quer Russell, avançaram para a Q2 com tempos conseguidos nos últimos instantes. Além dos McLaren, Tsunoda, Stroll e Sargeant também foram eliminados. Na frente, Max Verstappen (1:27.363) liderou. Hamilton ainda teve problemas na asa dianteira, após ter chocado com as barreiras laterais num desentendimento com Magnussen. O tempo de eliminação ficou no 1:28.325 de Nick de Vries.

Não foi à primeira, foi à segunda que a Mercedes perdeu um piloto. Russell, novamente perto do fim, conseguiu apurar-se para a Q3, mas Hamilton ficou-se mesmo pela Q2, registando a pior qualificação de sempre nos Estados Unidos nesta que é a primeira de três passagens da Fórmula 1 pelo país este ano. Fernando Alonso conseguiu melhorar significativamente e chegar ao terceiro lugar. Abaixo do 1:28.086 de Russell, ficaram ainda Albon, Hulkenberg, Zhou e de Vries.

Bottas (Alfa Romeo), Ocon (Alpine), Magnussem (Haas) aguentavam-se entre os favoritos. Alonso era um alvo a abater por Sainz e Pérez na Q3. Quando faltavam 1:36 para o fim da Q3, Leclerc voava para fazer um tempo relevante para as contas finais. No entanto, o espanhol da Ferrari teve um despiste merecedor de bandeira vermelha e a direção de corrida decretou o fim da qualificação quando Max Verstappen ainda estava em nono, posição de onde vai arrancar na corrida deste domingo. Sergio Pérez que liderava quando se deu o acidente ficou com a pole-position (1:27.713). Alonso ficou com a P2 e Sainz, sempre discreto, com a P3. Os surpreendentes Magnussen e Gasly vão partir em quarto e quinto, respetivamente.