A Câmara de Lisboa decidiu esta quarta-feira atribuir o nome de António Mega Ferreira, impulsionador da Expo’98, ao troço da Rua da Centieira, entre a Avenida de Pádua e a Avenida de Berlim, proposta da Junta de Freguesia do Parque das Nações.
Em reunião privada de câmara, a atribuição do topónimo “António Mega Ferreira” ao troço da Rua da Centieira, entre a Avenida de Pádua e a Avenida de Berlim, proposta dos Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), foi aprovada com o voto contra do BE, a abstenção do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e os votos a favor dos restantes, nomeadamente PS, PCP, Livre e os proponentes.
“António Mega Ferreira foi presidente da Comissão de Promoção da Expo’98 que, em junho de 1992, permitiu a Lisboa (em disputa com Toronto), obter a vitória no Bureau International des Expositions para organizar a última exposição universal do século XX”, lê-se no documento apreciado pela câmara.
Escritor, poeta e gestor cultural, António Mega Ferreira, que morreu em 26 de dezembro de 2022, aos 73 anos, “tem sido considerado como o grande responsável pela idealização e desenho conceptual daquela iniciativa, bem como do plano temático-expositivo e da escolha dos mais notáveis arquitetos que nela vieram a estar representados”.
O texto da proposta destaca o papel do gestor cultural como comissário da Expo’98 e administrador executivo da Parque Expo 98, S.A. “que deu corpo à obra de enorme dimensão”, assumindo depois as funções de presidente da empresa entre 1999 e 2002, na transição urbana da zona no pós-Expo, “sendo o responsável até 2002 pela marca indelével e desenvolvimento de sucesso do território do Parque das Nações”.
“Os membros da Comissão Municipal de Toponímia reconhecem que a atribuição do topónimo ‘Rua António Mega Ferreira’ representa uma situação excecional”, pelo que emitiram parecer favorável à proposta para atribuir o seu nome ao troço da Rua da Centieira, entre a Avenida de Pádua e a Avenida de Berlim.
Segundo o documento, a Junta de Freguesia do Parque das Nações, presidida por Carlos Ardisson (CDS-PP), que esteve na origem da proposta, também emitiu parecer favorável à atribuição do topónimo.
Nascido em Lisboa, em 25 de março de 1949, António Mega Ferreira foi escritor, gestor cultural e jornalista, tendo sido também tradutor, poeta, ensaísta e editor, deixando mais de 40 obras publicadas no campo da ficção, poesia, ensaio e crónicas.
“Longe de se limitar às atividades de gestor e divulgador, a sua grande paixão pela cultura e pelos livros levou-o também a seguir uma prolífica carreira como cronista e autor”, lê-se na proposta.
António Mega Ferreira foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (1998) e pelo município de Lisboa com a Medalha de Honra da Cidade em 2003, “pelo seu trabalho excecional em favor da cidade onde nasceu e a que sempre se sentiu ligado de forma muito profunda”.