Um, dois, três, cinco, oito. Oito dias até ao reencontro entre Manchester City e Real Madrid, naquele que será um dos jogos mais seguidos do ano e que irá definir uma espécie de vencedor antecipado da Champions (se é que alguém consegue na verdade arriscar isso) numa final com Inter ou AC Milan. No entanto, e ao contrário do que aconteceu com Carlo Ancelotti na receção dos merengues ao Getafe, Pep Guardiola não tinha grande margem para fazer poupanças ou trocas perante a luta ainda apertada que segue na Premier League. Uma luta contra o Everton (próximo adversário), contra o Arsenal e contra o próprio calendário da época.

Até no Bernabéu não se pode deixar Kevin sozinho. Ele sente-se sempre em casa (a crónica do Real Madrid-Manchester City)

“É a minha sexta temporada cá e é sempre uma deslocação difícil a Liverpool. O momento do Everton é bom e o seu treinador, Sean Dyche, pratica um futebol ofensivo e desinibido. É uma verdadeira final para nós”, apontou o técnico espanhol. “O jogo em Goodison Park é uma prioridade real. Jogamos para todas as competições, temos de adaptar-nos. Faltam quatro jogos no Campeonato e é importante para nós estarmos focados, para mantermos tudo nas nossas mãos. Vamos prepararmo-nos o melhor possível”, frisou.

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“Jogo no domingo? Não consigo entender mas não vou lutar mais contra isso. Não temos muito tempo para preparar o jogo com o Real Madrid porque jogamos no domingo, muito obrigado. Não percebo mas temos de adaptar-nos. O calendário é o que é. Não é frustrante, é o que é. Quantas vezes é que já falei disto? Tenho a certeza que a Premier League quer ajudar as equipas, eles não querem colocar-nos desconfortáveis. O problema é o calendário, a quantidade de competições e de jogos. Acho que não podemos jogar no sábado porque há a Eurovisão e não temos gente suficiente ou a capacidade para lidar com tantas pessoas na cidade [de Liverpool]”, apontou ainda o treinador dos citizens de forma quase resignada.

E se na cidade dos Beatles foi uma sueca a brilhar, com a segunda vitória de Loreen na Eurovisão mais de dez anos depois de já ter ganho, agora é a vez de entrar em campo um norueguês que continua a somar prémios naquela que é a primeira temporada em Inglaterra. Agora, Erling Haaland, que até esteve “apagado” no jogo no Santiago Bernabéu, foi considerado o Melhor Jogador da Premier pelos jornalistas com um total de 82% dos votos, numa representação que mostra bem o domínio do escandinavo que levava 51 golos marcados em 47 jogos, 35 em 32 partidas só para o Campeonato. E depois de duas partidas sem marcar, o número 9 voltou a faturar, aumentando para 52 golos na época e 36 na Premier. No entanto, desta vez foi Gündogan a desbloquear a vitória de uma equipa sem Kevin de Bruyne ou Bernardo Silva que está cada vez mais perto do título que no limite até pode chegar na próxima jornada, dependendo dos resultados do Arsenal.

O encontro estava tudo menos fácil para o Manchester City, que durante 35 minutos conseguiu apenas fazer um remate enquadrado por Rodri para defesa fácil de Pickford entre algumas saídas do Everton que só não provocaram mais mossa porque aparecia sempre um bombeiro chamado Kyle Walker. No entanto, em menos de três minutos tudo mudou a favor dos campeões: Gündogan recebeu na coxa um cruzamento de Mahrez e atirou com o mesmo pé de costas para o golo inaugural (37′) antes de aproveitar o embalo para descair sobre a esquerda, cruzar de forma perfeita e dar a Haaland a oportunidade de fazer o 2-0 (39′). O alemão que foi a primeira contratação de Guardiola pode estar de saída mas continua a ser um craque de alto nível.

Mas o espectáculo do médio ofensivo germânico não ficara por aí. Aliás, estava apenas a começar. E se o primeiro golo tinha sido de antologia, o livre direto com que aumentou a vantagem para 3-0 não ficou em nada atrás (51′). Ainda muito cedo no segundo tempo, o Manchester City “fechava” o encontro que lhe dá quatro pontos de avanço a três jornadas do final, sendo que o Arsenal vai jogar também este domingo com o Brighton podendo reduzir de novo para apenas um com mais uma partida. E aquela que poderá ser uma das semanas mais importantes da história do clube, com a possibilidade de voltar a uma final da Liga dos Campeões na pele de favorito, começou da melhor forma. O treble é ainda uma possibilidade muito real…