Profissionais de saúde, utentes e sindicatos do setor participam no sábado numa marcha em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma iniciativa que terá uma “forte participação”, perspectivam os seus promotores.
“Do nosso ponto de vista, o SNS, se nada for feito, corre o risco de implodir”, adiantou à agência Lusa o coordenador Federação dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS), uma das várias entidades que promovem a marcha que vai decorrer nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra.
Segundo Sebastião Santana, a “Marcha pelo Direito à Saúde” tem tido uma adesão “em linha com a importância do SNS”, o que quer dizer que vai registar uma “forte adesão” dos trabalhadores da saúde, dos utentes e dos seus movimentos representativos, dos sindicatos e até de outras entidades como associações de bombeiros.
“Estamos a viver um quadro muito difícil para quem trabalha no SNS, mas, mais do que isso, para o próprio serviço público. A falta de recursos é enorme e os profissionais estão exaustos”, adiantou o dirigente sindical, para quem, se não forem revertidas as atuais políticas para o setor, pode-se “chegar a um ponto de irreversibilidade”.
Negociações “estão a esgotar-se” sem proposta para grelhas salariais
De acordo com Sebastião Santana, a situação de “degradação do SNS” vem-se acentuando há mais de 10 anos, “com um desinvestimento crónico e um subfinanciamento absurdo” das instituições de saúde públicas.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), apesar de não ser uma das entidades promotoras, vai também estar presente na marcha, assegurou à Lusa a sua presidente, alegando que o “SNS precisa mesmo de ser salvo”.
“Vamos participar no sentido da defesa da nossa profissão, mas também de todo o SNS”, adiantou Joana Bordalo e Sá, ao salientar que “existem médicos em Portugal, não existem é médicos suficientes” nos hospitais e centros de saúde públicos.
Segundo referiu, a solução para o SNS ter mais médicos “é apontada todos os dias” ao Governo, através das propostas que a FNAM apresenta ao ministério para a melhoria das condições de trabalho, algumas das quais não implicando mais recursos financeiros.
Joana Bordalo e Sá sublinhou ainda que os recém-especialistas “não veem qualquer perspectiva de um projeto profissional, de serem valorizados e de poderem progredir”, o que está a contribuir para que o SNS continue a ter dificuldades em reter médicos.
A marcha de sábado é organizada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), Federação dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP).
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Está prevista sair do Campo Pequeno, em Lisboa, às 15h00, do Hospital de São João, no Porto, também às 15h00, e do Centro de Saúde Fernão de Magalhães, em Coimbra, às 11h00.