A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) adquiriu, no início deste mês de maio, a obra O Bordel, da pintora portuguesa Graça Morais, por 60 mil euros para a incluir na Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE). A pintura vai ser depositada e exposta no Museu do Côa em data ainda por anunciar.

A aquisição foi feita ao encenador Carlos Avilez, que contou à Lusa que O Bordel faz parte de um conjunto maior pintado pela artista para a encenação de Os Biombos, de Jean Genet, que o Teatro Experimental de Cascais levou à cena em 1993, com Avilez a assinar a encenação e Morais a cenografia.

Em resposta à Lusa, fonte oficial da DGPC afirmou que a obra vai ser “incorporada na CACE e será depositada no Museu de Foz Côa, onde ficará exposta brevemente, em data a anunciar”. A DGPC usou o seu próprio orçamento para a aquisição desta pintura, não tendo recorrido “à dotação atribuída à CACE para aquisição de obras por proposta da respetiva comissão”.

Avilez mostrou-se satisfeito pela aquisição pelo Estado de uma obra de Graça Morais, realçando o facto de ficar exposto em Foz Côa. Aquele museu do distrito da Guarda foi precisamente onde a CACE iniciou um processo de itinerância, em fevereiro, com a exposição Dark Safari.

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Com obras de Andy Warhol, Fernão Cruz, Helena Almeida, Hugo Canoilas, Jimmie Durham, João Fonte Santa, Ana Pérez-Quiroga, Kiluanji Kia Henda, Luís Lázaro Matos, On Kawara, Sara Bichão e Tiago Baptista, entre outros artistas, Dark Safari está patente em dois polos, no Museu do Côa e no Centro Cultural de Foz Côa, até 30 de julho.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse à agência Lusa, em janeiro, que a exposição Dark Safari, em Foz Côa, marcava o início da circulação da CACE por todo o território nacional, garantindo que o programa anual de aquisições cumpre a função de “colocar a arte em fruição pública, em linha com a estratégia de democratização do acesso à cultura, uma prioridade do Governo”.

“A escolha de Foz Côa para acolher esta primeira grande exposição da CACE tem especial simbolismo: acontece num território de baixa densidade, distante das áreas metropolitanas, e, além do mais, é muito enriquecedor apresentar o trabalho de artistas contemporâneos num espaço que os coloca em diálogo com as primeiras manifestações artísticas do Homem, daquilo a que hoje poderíamos chamar de ‘arte pública'”, indicou o governante, na altura.

Dark Safari, inaugurada em fevereiro, sucedeu à exposição Graças Morais: Mapas da Terra e do Tempo, que esteve patente desde junho do ano passado até ao final de janeiro deste ano. Graças Morais: Mapas da Terra e do Tempo foi a exposição mais visitada de sempre  do Museu do Côa (2010), atingindo 37 mil entradas, “um número recorde”, como indicou à Lusa a presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho, quando do encerramento da mostra.