Um só jogo, uma só derrota, um só deslize que poderia ter custado o título. Apesar de ter liderado ao longo de largos minutos o clássico frente ao FC Porto no Dragão Arena, o Sporting acabou mesmo por averbar o seu primeiro desaire no Campeonato de andebol há duas semanas. Em condições normais, um encontro não era suficiente para decidir toda uma temporada a nível de principal prova nacional. No entanto, e perante toda a superioridade dos três “grandes” na prova, poderia mesmo ter sido a chave do título. E era isso que os leões iriam tentar evitar no clássico frente ao Benfica, sabendo que uma derrota entregaria de vez o triunfo aos azuis e brancos, que fechavam as duas últimas jornadas frente a V. Setúbal e Marítimo tendo mais um ponto do que o conjunto verde e branco. Afinal, um jogo que terminou com 30-29 podia resolver tudo

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“Temos de fazer o nosso trabalho. Chegar ao título não depende exclusivamente de nós mas no que depende queremos ganhar um jogo importante. É um dérbi, um jogo a que damos muito valor, e vai ser a última vez que os sócios nos vão ver no Pavilhão João Rocha este ano. Queremo-nos despedir com uma vitória. As equipas conhecem-se bem e não será um jogo muito diferente dos últimos dérbis. O Benfica tem uma equipa forte e variantes de ataque. São fortes no coletivo e no individual e vai ser um jogo resolvido nos detalhes. Está muita coisa em causa e queremos também despedir-nos do Carlos Ruesga com uma vitória. É um jogador que deu muito ao Sporting durante sete anos e tudo faremos para que seja uma despedida em grande”, tinha comentado na antecâmara do encontro o treinador do Sporting, Ricardo Costa.

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“Vamos defrontar um adversário que é destemido e rápido, com jogadores que se desmarcam para lançar e fintar. A defesa vai ser muito importante neste jogo. Preparámo-nos a época toda para chegarmos mais fortes a estas finais e partidas importantes. Objetivos nesta fase da temporada? Somos o Benfica, temos de lutar para ganhar todas as partidas”, destacara Chema Rodríguez, técnico espanhol dos encarnados que foi suspenso por um encontro na sequência do final mais tenso de encontro no último dérbi realizado na Luz.

A agressão a um jogador, outra agressão entre treinadores (desmentida) e três detidos: o polémico dérbi em andebol que ainda dá que falar

As contas chegavam empatadas ao Pavilhão João Rocha a nível de dérbis na presente época, com o Benfica a conquistar a Supertaça num encontro de loucos com prolongamentos que terminou com uma vitória por 45-43, um empate na primeira volta do Campeonato na Luz (27-27) e um polémico triunfo do Sporting fora para a Taça de Portugal que terminou com ânimos exaltados entre os dois bancos e uma agressão ao capitão dos leões, Salvador Salvador (34-30). Agora, voltou a sorrir aos leões. E foi esse triunfo que deixou a decisão do título adiada para a última jornada, com o FC Porto a poder fechar as contas na Madeira com o Marítimo.

Os leões tiveram uma entrada melhor em campo e não demoraram a conseguir uma boa vantagem inicial de três golos que foi permitindo gerir de outra forma o encontro frente a um Benfica que perdeu cedo Vranjes por um cartão vermelho direto. Depois, e até ao intervalo, “mandaram” os descontos de tempo: Chema Rodríguez parou a partida para falar com os jogadores encarnados, houve uma reação que colocou o jogo a um de diferença (12-11 e 13-12) depois dos quatro de desvantagem; Ricardo Costa pediu também timeout, o Sporting voltou a disparar no marcador e chegou ao intervalo de novo com um avanço de quatro (16-12).

No recomeço, a formação verde e branca voltou a conseguir uma reentrada mais assertiva, chegando a uma vantagem máxima de cinco golos logo aos cinco minutos do segundo tempo (21-16). Não estando decidido, o dérbi parecia ter um destino semelhante ao que tinha acontecido nos quartos da Taça de Portugal na Luz, sendo que a aproximação dos encarnados mais não foi do que o despertador para o Sporting voltar a acertar em termos defensivos e partir para uma vitória com números confortáveis que mantém ainda a ténue esperança leonina do título por depender de um deslize do FC Porto na deslocação ao Funchal (36-31).