Foi tudo de trás para a frente. O FC Porto perdia ao intervalo (15-16) e esteve por baixo no marcador durante grande parte do segundo tempo e acabaram por vencer (30-29) o Sporting no clássico de andebol. Na classificação, a mesma história. Os azuis e brancos eram segundos e saíram do Dragão Arena em primeiro com três jornadas por disputar e um título ao virar da esquina.

A missão do FC Porto era mais ou menos como partir uma pedra recheada de algo que não se podia encontrar em mais lugar nenhum do mundo. A equipa azul e branca testava a invencibilidade do Sporting no Campeonato Nacional de Andebol 1 para, em caso de resultado positivo, assumir a liderança e a ambição dos dragões era assumida.

“Este é um jogo de título e, se queremos alcançar os nossos objetivos, temos que ganhar. Não pode ser de outra forma”, referiu Daymaro Salina, jogador portista, ao site dos dragões. A importância do jogo advinha do facto do Sporting ocupar o primeiro lugar do campeonato com 64 pontos, apenas mais um do que o FC Porto.

Quem vencesse o clássico ficava então com fortes possibilidades de chegar ao título ainda para mais numa jornada em que o Benfica empatou como Belenenses (32-32) e se afastou destas contas. “O Sporting tem uma equipa que joga rápido, mas nós também, por isso acredito que vai ser um jogo rápido, com muitas transições. Se calhar não vai ser um jogo muito técnico, pois é um clássico e os clássicos jogam-se mais com o coração”, analisou  o pivô.

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Apesar do estatuto de líder e com um registo limpo de derrotas, o Sporting não ganhava ao FC Porto em 60 minutos desde 2019. O último confronto entre as duas equipas terminou empatado a 29. “Em todos os clássicos que perdemos, o FC Porto recorreu ao 7 contra 6. O nosso nível tem de ser mais alto e todos os pormenores contam. Temos de pensar que o jogo não se decide nos primeiros minutos. Em todos os jogos com eles conseguimos até ter algumas vantagens de quatro ou cinco golos, mas isso não significa nada no final. O mais importante é mesmo mantermo-nos dentro do jogo. Sabemos que temos de manter a cabeça fria e fazer o que sabemos fazer bem feito”, disse na antevisão o treinador do Sporting, Ricardo Costa.

O ambiente no pavilhão sempre esteve a ferver, mas quando o FC Porto fez o 25-24, toda a gente se levantou. Ainda assim, o Sporting tinha o mérito de conseguir responder rápido e não permitir que os dragões tivessem uma vantagem superior a dois golos. Iam valendo os irmãos Costa, Martim e Kiko, que eram prontos a encontrar os caminhos da baliza.

Depois, o guarda-redes azul e branco, Sebastian Frandsen, agigantou-se e o caminho até às redes ficou tapado. Mesmo que do lado do FC Porto, Jack Thurin se tenha destacado com 7 golos, o melhor da equipa, o guardião dinamarquês o grande destaque do encontro. O jogo viria a terminar 30-29, fazendo justiça ao que se foi vendo: nunca nenhum dos dois conjuntos teve uma vantagem superior a dois golos.