Era suposto ter sido na Sexta-Feira Santa, acabou a ser no Sábado de Aleluia — mas nem por isso foi menos pacífico. O Benfica recebeu o Sporting este sábado no Pavilhão da Luz, nos quartos de final da Taça de Portugal de andebol e num jogo que estava marcado para o dia anterior mas que acabou adiado devido à proximidade horária com o Clássico da Primeira Liga de futebol.

Um adiamento que fazia com que encarnados e leões já soubessem, à hora a que entraram em campo, que os adversários da final four da Taça eram FC Porto, Marítimo e Póvoa, que eliminaram respetivamente ABC, Boavista e Belenenses. Separados por apenas um ponto no Campeonato, já que o Sporting lidera com vantagem mínima para o Benfica e também para o FC Porto, os dois rivais disputavam a última vaga na fase decisiva da segunda competição nacional.

“Esta época já tivemos dois jogos contra o Sporting, vencemos a Supertaça no prolongamento e empatámos no Campeonato. Ao longo da época temos estado em crescendo e espera-se uma partida muito disputada, com pouca diferença de golos. Com o apoio dos adeptos, espero que consigamos ganhar a partida. Estamos concentrados neste jogo, que é muito importante para nós. Todos sabemos a importância de um Benfica-Sporting, para nós e para os adeptos, e jogar contra eles já é motivante por si só. A motivação é máxima”, disse Chema Rodríguez, o treinador encarnado, na antevisão.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Do outro lado, Ricardo Costa lembrava que os dérbis já se tornaram um hábito. “Temos vindo a fazer vários jogos contra eles ao longo destes dois anos. Empatámos nos dois jogos contra eles esta época e prevemos um desafio de igual para igual, à imagem do que aconteceu na Supertaça e no Campeonato. É essencial manter a concentração durante o jogo. Nesses dois jogos que disputámos contra eles tivemos momentos difíceis, sendo que na Supertaça chegámos a estar a perder por nove ou 10 golos, mas conseguimos voltar ao jogo. No Campeonato foi um jogo muito mais equilibrado. Temos de manter o foco durante todo o jogo, até porque jogar na Luz é mais complicado do que jogar em Alvalade”, atirou o técnico leonino.

Numa primeira parte naturalmente equilibrada e disputada sempre a um ritmo muito intenso, Petar Djordjic abriu o marcador através de um livre de sete metros na sequência de um agarrão de Salvador Salvador a Alexis Borges, com o jogador leonino a ser excluído durante dois minutos. A igualdade e a lógica de golo de um lado, golo do outro manteve-se até ao 6-6, altura em que Leandro Semedo também foi excluído e o Sporting aproveitou a superioridade numérica para cavar alguma distância no marcador.

Os leões chegaram a estar a vencer por três golos de diferença, com Kiko Costa a assumir o protagonismo do costume na equipa de Ricardo Costa, mas o Benfica recuperou já reta final da primeira parte e o dérbi chegou ao intervalo com vantagem mínima para o Sporting (16-17). Os encarnados regressaram melhor do intervalo, com golos consecutivos de Alexis Borges e Leandro Semedo que motivaram a reviravolta no marcador, mas quatro lances seguidos de enorme eficácia por parte dos leões recuperaram a vantagem da equipa visitante.

Paulo Moreno era a natural referência ofensiva do Benfica, não só através dos golos que marcava como pela motivação que procurava transferir para o resto da equipa, mas os encarnados perdiam várias bolas no momento do ataque a abriam a porta a contra-ataques que o Sporting raramente desperdiçava.

Os leões chegaram aos cinco golos de vantagem nos últimos 10 minutos, a maior distância que tiveram do adversário no marcador ao longo de todo o jogo, e já não deixaram fugir o triunfo: o Sporting venceu o Benfica no Pavilhão da Luz, eliminou os encarnados da Taça de Portugal de andebol e garantiu o apuramento para a final four da competição (30-34).