“Faltava carvão para fazer a festa. Sem febras e cerveja a Prova Rainha não se celebra”, dizia o “Velhinho”, adepto do Porto, que se teve de ir fazer compras para fazer a verdadeira festa no Estádio Nacional. A festa tinha começado cedo para os milhares que se deslocaram a Oeiras para ver o jogo entre Sp. Braga e FC Porto, na disputa pela 83.ª Final da Taça de Portugal.

Com um clima de muito fair-play entre os fanáticos pelos dois emblemas Nuno, adepto minhoto, sentiu-se surpreendido pela festa pacífica à volta do palco da final. “Estou mesmo admirado que tantas camisolas azuis estejam misturadas com as vermelhas. É um evento muito bonito e demonstra a paz que existe no norte”, afirmava. Nas fan zones existiam, desde as habituais zonas de restauração, atuações de artistas e áreas de jogos para os adeptos conviverem.

Nélson, adepto do portista, também passou por lá. Mas sentia esta final com um gosto amargo, mesmo tendo chegado às 12h00 para aproveitar bem a festa, depois de uma viagem do Porto para Lisboa. “Ganhar a Taça não salva esta época. O FC Porto é um clube que tem como objetivos todas as taças nacionais e chegar longe na Champions, temos de pensar em ganhar tudo”, insistia. Quando questionado sobre a figura principal para marcar a diferença no encontro, Nélson respondeu de imediato “Octávio e Sérgio Conceição, são as principais figuras neste momento”.

Os adeptos das duas equipas partilhavam uma ambição categórica pela conquista da Taça de Portugal. A cerimónia que voltou a contar com Marcelo, um Presidente adepto dos arsenalistas, que fez questão de lembrar que era rival do seu colega de bancada, o primeiro-ministro benfiquista António Costa, em mais um bicada na última guerra de palavras, mesmo com o hino “A Portuguesa” entoado por um estádio cheio, foguetes e os F-16 das Forças Armadas a sobrevoar o Estádio Nacional.

O jogo terminou com o resultado positivo para a equipa de Sérgio Conceição e os adeptos não esconderam a felicidade, ainda que um tanto ou quanto tímida. “O FC Porto dominou e venceu, mas sem sermos campeões nacionais a época nunca ficaria salva” garantia Aníbal, sublinhando que Sérgio Conceição foi a base para a conquista da 19.ª Taça de Portugal para o FC Porto.

“O resultado foi merecido”, admitia Catarina, adepta do Sp. Braga, que se sentia desiludida com a competitividade apresentada pela sua equipa. “Temos de ser mais rápidos e mais ferozes, nestes jogos não podemos ser meigos e temos de rematar à baliza”, declarou cabisbaixa, mesmo afirmando que esta “foi uma boa época para o Sp. Braga”.

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