“Não fiz nada de errado”. Assim se defende o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, depois de ter sido acusado de 37 crimes no caso dos documentos confidenciais levados da Casa Branca e encontrados no seu resort na Flórida. É por isso que garantiu este domingo que se vai manter na corrida às eleições presidenciais de 2024, mesmo se for condenado pela justiça norte-americana.

“Nunca vou sair”, sublinhou Trump durante uma entrevista ao jornal Politico, enquanto viajava de avião entre a Geórgia e a Carolina do Norte numa ação de campanha para as primárias republicanas, que vão escolher o candidato para representar o partido na corrida à Casa Branca. “Vejam, se fosse sair [da corrida], tê-lo-ia feito ainda antes das eleições de 2016. Essa sim foi difícil”, admitiu.

Donald Trump acusado de 37 crimes no caso dos documentos confidenciais levados da Casa Branca

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O antigo líder norte-americano aproveitou para voltar a defender que está em causa uma campanha politicamente motivada e para atacar novamente o procurador Jack Smith. “Estes bandidos e degenerados estão atrás de mim”, afirmou.

Donald Trump é o primeiro ex-Presidente norte-americano a enfrentar acusações criminais, mas isso não o impede de concorrer de novo ao cargo máximo de liderança nos EUA. Uma acusação, ou mesmo uma potencial condenação, não desqualifica Trump de concorrer à presidência em 2024, explicou ao Axios Chris Edelson, da Universidade Americana. “O caminho mais claro para desqualificar Donald Trump de concorrer às eleições seria se o Senado o tivesse condenado num dos dois impeachments que recaíram sobre ele”, acrescentou o especialista em política norte-americana.

De facto, a constituição norte-americana lista apenas três qualificações para a presidência: o candidato deve ter pelo menos, 35 anos; ser um cidadão natural dos Estados Unidos; ter vivido nos EUA durante pelo menos 14 anos, segundo pode ler-se no site da Casa Branca.

Na quinta-feira à noite Trump revelou ter sido acusado no caso dos documentos confidenciais, garantindo ser “um homem inocente”. É esperado em tribunal, em Miami, já na próxima terça-feira, dia 13. Além deste caso, o ex-Presidente também enfrenta acusações do tribunal de Nova Iorque sobre alegados subornos pagos à atriz pornográfica Stormy Daniels e está em investigação na Geórgia devido aos seus esforços para, em 2020, pressionar oficiais a anular a contagem de votos das eleições.

“Sou inocente”: Donald Trump revela ter sido acusado no caso dos documentos confidenciais