Paulo Vizeu Pinheiro, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), reconhece que o incidente que envolveu o Ministério liderado por João Galamba, ministro das Infraestruturas e o ex-adjunto Frederido Pinheiro “não ajuda à imagem do SIS [Serviço de Informações de Segurança]”, sobretudo porque “não corresponde à realidade”.
Ainda assim, em entrevista à rádio TSF e jornal JN, Paulo Vizeu Pinheiro defendeu o SIS como serviço essencial ao Estado e segurança, e manifestou o seu apoio a Adélio Neiva da Cruz, diretor do SIS, e a Graça Mira Gomes, secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), garantindo que nos bastidores das secretas não existem “jogos partidários”.
“Acho que não ajuda à imagem, porque não corresponde sequer à realidade. Conheço os diretores, conheço a minha colega, a secretária-geral, a embaixadora Graça Mira Gomes. Posso dizer que são pessoas que nunca irão fazer nenhum jogo partidário, nem nenhum jogo de interesses”, disse. “Têm a preocupação permanente do interesse comum. E esses são os dados que tenho”, acrescentou, antes de rematar: “São serviços essenciais ao Estado, à nossa segurança, e espero que possam ser tratados enquanto tal”.
Vizeu Pinheiro, que começou por referir que não queria pronunciar-se sobre o episódio que envolve o SIS no caso do ministério das Infraestruturas, acabou por defender a existência de modelos que respondam à “necessidade de um consenso nacional entre os partidos do arco da governação”, reforçando que o “SIS é um serviço indispensável à segurança nacional, à defesa dos interesses, tal como o Sistema de Informações Estratégicas e Defesa (SIED).”
“O SIS ainda está a fazer muita espuma, mas o que eu posso dizer é o seguinte: trabalho com o SIS, fui subdiretor nos Sistemas de Informações Estratégicas e Defesa, e fui um dos arquitetos do SIRP, do Sistema de Informações da República, um dos promotores desse modelo. Esse modelo foi feito, precisamente, por causa da necessidade de um consenso nacional entre os partidos do arco da governação”, disse.
“É muito importante esta noção de que o SIS é um serviço indispensável à segurança nacional, à defesa dos nossos interesses — e quem diz o SIS, diz o SIED, Sistema de Informações Estratégicas e Defesa. A informação do SIS é muito minuciosa, é fundamental para a segurança do país.”
Falando sobre a sua nomeação — e sobre como a sua tutela, ao contrário das outras, é “horizontal” — o secretário-geral do SSI refere ainda que, pelo cargo que ocupa “é a pessoa mais vigiada”, sendo-lhe impossível “pisar em ramo verde”.
“A minha tutela é uma tutela horizontal. E, portanto, eu sou a pessoa mais vigiada. O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna é a pessoa mais vigiada, porque nenhuma das forças de segurança, nem a Procuradoria-Geral da República, me deixaria pisar em ramo verde. Antes de o primeiro-ministro me nomear, fui auditado pela Assembleia da República, numa sessão na comissão dos Direitos, Liberdades e Garantias. Essa foi uma extensa audição, coisa que não acontece com os diretores nacionais.”