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Se pode explorar, para quê ficar no mesmo sítio?

Este artigo tem mais de 1 ano

Há cada vez mais jovens que procuram conciliar uma carreira profissional com uma vida nómada: as possibilidades para descobrir o que existe para lá do nosso país são muitas. Mas como?

No planeta a que chamamos Terra existem seis continentes, 193 países, cada um com a sua história e tradições, e cerca de 8 biliões de pessoas. No planeta a que chamamos Terra, com mais ou menos facilidade – e isso muitas vezes é proporcional à curiosidade de cada um e aos seus recursos económicos, se colocarmos de lado questões de segurança -, conseguimos visitar quase todos estes locais.

Existem demasiadas possibilidades para ficarmos sempre no mesmo sítio, a ver as estrelas da mesma forma e as paisagens sempre iguais; especialmente nos últimos anos, com o advento das novas carreiras, que permitem trabalho remoto e do nomadismo digital.

Não é para amanhã: quem são os jovens que querem partir já hoje?

Não é uma novidade: em todas as gerações existem os aventureiros, os exploradores, os curiosos que privilegiam, sempre quando possível, experiências de vida fora do país onde nasceram. Os jovens que partiram antes, têm vindo a abrir caminho para que todos aqueles que desejam o mesmo possam optar por um estilo de vida com liberdade geográfica.  Com a democratização da tecnologia e da internet, e com a evolução da forma como trabalhamos e das necessidades dos empregadores, a vida em constante movimento – movida pela curiosidade de explorar o mundo e viver experiências fora da caixa -, é possível e acessível a todas as pessoas que o desejam.

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Quais são as profissões que permitem este estilo de vida?

Em boa verdade, nem todos os empregos e carreiras permitem esta transição profissional com facilidade: certas atividades requerem obrigatoriamente uma presença física constante. Trabalhadores freelancers, empreendedores digitais, trabalhadores remotos ou investidores, encaixam melhor – pela atividade que exercem -, neste modelo de trabalho sem morada fixa.

Com a democratização da internet e a facilidade em trabalhar online, são várias as profissões que ganham terreno junto dos jovens que pretendem optar pelo nomadismo digital. Algumas dessas profissões são mais técnicas e relacionadas com tecnologias de informação, programação ou comunicação; ou ainda atividades profissionais em áreas criativas, como o design, produção de conteúdos ou tradução. Por outro lado, nunca foi tão fácil criar – consoante as suas aptidões naturais e interesses -, a sua própria profissão e rentabilizá-la, daí observamos um crescimento de projetos individuais.

Cheguei do México há uma semana. Estive uns meses a viajar pelo sul do país, junto da costa do Pacífico, e nunca deixei de trabalhar. Foi possível conciliar o trabalho com a vida de viajante.” A Maria é portuguesa e está de visita a casa, optou por visitar os pais e os amigos antes de partir numa nova aventura. “Claro que não estava limitada pelo fuso horário, se tivesse teria de dar um jeito. Ainda assim, tenho muitos amigos que, com uma boa gestão do seu tempo, conseguem manter os seus trabalhos, independentemente do país onde escolhem viver”, explica.

A Maria é produtora de conteúdos e tem uma carteira de clientes com a qual trabalha. Tal como a Maria, existem tantas outras histórias de jovens que trabalham a partir de várias coordenadas. É o caso do Xavier, um jovem que mantém um trabalho a meio tempo na área do design e vive na casa do projeto local, onde faz voluntariado algumas vezes por semana, numa ilha nas Filipinas.

Todos nós conhecemos uma Maria e um Xavier. O nome troca, mas as histórias são parecidas.

E o futuro? O que se vê lá no fundo?

Nos próximos anos, não se prevê que esta tendência diminua, sendo que atualmente os millennials são a maior força de trabalho, seguidos pela geração Z, profundamente marcada pelo advento da internet.

Atualmente estão a ser implementadas políticas de retenção de talento assentes em benefícios que consideram o trabalho híbrido ou remoto como uma obrigatoriedade, tendo em conta as necessidades dos jovens. No futuro, com as expectativas das crianças da geração alfa, nascidas no século XXI e a iniciarem a sua vida profissional nas próximas duas décadas, devemos esperar um modelo de trabalho ainda mais amigo e potenciador do trabalho à distância.

Naturalmente que esta transição profissional requer empenho, estratégia e recursos financeiros: seja para fazer uma viagem de alguns meses por alguns dos 193 países, seja para iniciar um projeto profissional em algum país que não o seu, ou optar por uma vida como nómada digital, é desejável uma almofada financeira razoável que permita partir, com menos receios.

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