O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, admite dificuldades no preenchimento das escalas do bloco de partos e admite encaminhar grávidas de baixo risco para os hospitais privados, informou, este domingo, em comunicado, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, a que pertence o Santa Maria.
“Por uma questão de previsibilidade para as famílias acompanhadas no CHULN, foi accionado, junto do INEM e em articulação com a DE-SNS, o mecanismo extraordinário de colaboração com instituições privadas”, adianta o CHULN, ressalvando que os possíveis encaminhamentos serão “programados e temporários” — mas não refere até quando — só se destinam a grávidas de baixo risco referenciadas e transportadas pelos meios do CHULN e do INEM.
A medida é tomada pela administração do hospital depois da demissão de chefes de equipa de Obstetrícia e da indisponibilidade demonstrada pelos médicos obstetras para fazer mais do que as 150 horas extra obrigatórias.
O CHULN informa que, “devido a constrangimentos da escala clínica, a sala de partos do Hospital de Santa Maria vai funcionar, nos próximos dias, com adaptações no volume de grávidas em trabalho de parto encaminhadas de outras instituições”. No entanto, o conselho de administração, liderado pela ex-bastonária dos farmacêuticos Ana Paula Martins, ressalva que o hospital “mantém nas suas escalas equipas tecnicamente diferenciadas, que garantem a resposta de fim de linha na rede e continuam a assegurar os partos de alto risco”.