Os sindicatos e a Menzies, o novo investidor na empresa de handling Groundforce, continuam sem chegar a acordo, depois de nova reunião ocorrida esta quinta-feira, e ameaçam já recorrer à greve, de acordo com um comunicado esta quinta-feira divulgado.

Na nota, assinada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e pelo Sindicato dos Técnicos de Handling e Aeroportos (STHA), as estruturas reafirmam que “não serão os trabalhadores da Groundforce a subsidiar o pagamento integral aos credores, bem como descontos a quaisquer clientes”.

Além disso, reiteraram que “a manutenção das atuais condições, que sufocam as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores da Groundforce, continuam a alimentar um clima social insustentável, que a todos deve preocupar”, salientando que os trabalhadores da Groundforce “não abdicam de nenhuma forma de luta, não descurando que possam optar pela greve, caso a possibilidade de acordo seja gorada”.

Os sindicatos alertam que “no que diz respeito ao modelo de tabelas salariais a partir de 2024, a proposta apresentada condiciona a aplicação dos valores” propostos e que acompanham nominalmente até 2026 o aumento da Remuneração Mínima Mensal Garantida “ao desconto da receita adicional do IPC (Taxa de Inflação) do valor das anuidades e das evoluções na carreira”, algo que “pode ser gerador de iniquidades e injustiças, sobretudo no pós-2026 e que não resolve a absorção até 2026 dos graus mais baixos” pelo aumento da retribuição mínima.

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Foi ainda proposta a integração do complemento extraordinário e temporário (CET) nos salários base este ano, destacaram, indicando que foi aceite “também a resolução de dois pontos prévios” em relação a “trabalhadores que se encontram estagnados em graus sem tempo de permanência” e funcionários “que estavam na empresa em 2011 e foram integrados no AE2012 [acordo de empresa], com salários base inferiores”.

Além disso, destacaram, “da parte da Menzies foi abandonada a proposta de quaisquer congelamentos nas anuidades e nas progressões de carreira”, algo que consideram “naturalmente positivo”, ainda que se mantenha a proposta de eliminação do prémio de distribuição de lucros.

Os sindicatos voltam a reunir-se com a Menzies no próximo dia 11 de julho, numa altura em que, segundo fonte sindical, se aproxima o fim do prazo para que os administradores de insolvência tenham de depositar o plano de recuperação da empresa em tribunal. Sem acordo com estes e outros sindicatos, este processo poderá atrasar-se e exigir um prolongamento do prazo.

A TAP e a Menzies Aviation celebraram, em abril, um acordo para a “recuperação e revitalização da Groundforce”, empresa declarada insolvente em agosto de 2021.