Depois de o mês de junho ter feito disparar os termómetros a nível global, registando as maiores temperaturas de sempre, julho também quebrou recordes. A primeira semana do mês foi a mais quente desde que há registo, com a temperatura média global a ultrapassar os 17 graus celsius durante quatro dias consecutivos.
“O mundo acabou de ter a semana mais quente de que há registo, de acordo com dados preliminares”, afirmou a Organização Metereológica Mundial (OMM) das Nações Unidas em comunicado.
As temperaturas recorde, que para além de terem sido registadas no ar foram também sentidas nos oceanos, podem vir a ter “impactos potencialmente devastadores nos ecossistemas e no ambiente”. “Se os oceanos estão a aquecer consideravelmente, isso tem um efeito de arrastamento na atmosfera, no gelo marinho e no gelo em todo o mundo“, explicou Michael Sparrow, chefe do programa mundial de investigação climática da OMM.
Uma vez que este calor “excecional” de junho e da primeira semana de julho ocorreu no início do desenvolvimento do El Niño — associado ao aquecimento das temperaturas da superfície no centro e leste do oceano Pacífico tropical —, Christopher Hewitt, diretor dos Serviços Climáticos da OMM, prevê que o fenómeno climático vá “alimentar ainda mais o calor, tanto em terra como nos oceanos, e conduzir a temperaturas mais extremas.”
O Copernicus, o programa da Comissão Europeia que estuda alterações climáticas e ambientais, avançou que as temperaturas registadas na primeira semana de julho serão, provavelmente, as mais quentes desde que se iniciaram os registos em 1940.
Durante quatro dias consecutivos, de 3 a 6 de julho, o mundo foi ultrapassando um novo recorde acima dos 17 graus celsius. Quinta-feira foi o dia com a temperatura média global mais elevada, chegando aos 17,23 graus celsius.
Temperatura média da Terra bateu novo recorde acima dos 17 graus
Já a temperatura média do mês de junho foi de 16,51 graus celsius, 0,53 graus acima da média das três décadas anteriores
“Estamos em território desconhecido e podemos esperar que mais recordes caiam à medida que o El Niño se desenvolve e estes impactos se estenderão até 2024″, disse o diretor dos serviços climáticos da OMM. “São notícias preocupantes para o planeta”, acrescentou.