Os alunos do ensino secundário ficaram a conhecer esta segunda-feira as notas da primeira fase dos exames nacionais e, tal como tem sido habitual, a média do exame de Português subiu e a de Matemática A desceu — estas duas disciplinas são as que têm sempre mais alunos do último ano do secundário inscritos. Este é o primeiro ano, desde 2020, em que os alunos estão a realizar os exames nacionais sem restrições relacionadas com as medidas da pandemia e, à exceção de Geometria Descritiva, que teve uma média de 9,5 valores, as médias das restantes disciplinas foram positivas.

No caso de Português, a média do exame foi de 12,5 valores, mais 1,6 valores que no ano passado. Entre as mais de 34 mil provas realizadas, 5.342 alunos tiveram negativa — 58 tiveram mesmo zero valores. E, em relação à nota mais alta, 11 alunos conseguiram fazer uma prova sem qualquer erro.

Marcelo lamenta redução de exames nacionais obrigatórios mas promulga

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Matemática A, que habitualmente tem uma média inferior à registada na disciplina de Português, a média desceu 0,9 valores, ficando nos 11 valores. No entanto, aqui há mais alunos a chegar aos 20 valores: este ano foram 120. E também mais a ter nota zero: 393 alunos.

Mas a disciplina que tem mais alunos inscritos não é nenhuma do último ano do ensino secundário. Biologia e Geologia conseguiu ter mais de 44 mil inscrições, quase 39 mil fizeram o respetivo exame e a média foi de 11,4 valores, que se traduz num ligeiro aumento (de 0,6 valores) em relação ao ano anterior.

Praticamente na mesma linha surge a disciplina de Física e Química A, que registou uma média de 11,2 valores — menos meio valor que no ano passado. E as disciplinas de Geografia e História A também não conseguiram aumentar a média este ano. Geografia desceu 0,7 valores (ficando pelos 10,9) e História A teve média de 11,5 valores, menos 0,8 valores.

Tal como no ano passado, explicou o Ministério da Educação em comunicado, “os alunos realizaram os exames finais nacionais nas disciplinas que elegeram como provas de ingresso e, também, para melhoria de classificação final de disciplina apenas para efeitos de acesso ao ensino superior”. Este assunto foi, aliás, abordado esta segunda-feira pelo Presidente da República, que promulgou o diploma sobre a redução do número de exames nacionais para conclusão do ensino secundário.

Numa nota emitida esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a decisão do Governo e expressou especial preocupação com o fim da obrigatoriedade do exame de Matemática, uma “alteração que não decorre da realização de estudo independente conhecido, nem de mais aprofundada discussão pública, nem sequer da consulta das associações nacionais de matemática”. O fim do exame obrigatório de Matemática A “poderá contribuir para o enfraquecimento do sistema nacional de avaliação da qualidade das aprendizagens”, considera mesmo Marcelo.