O Governo vai criar de raiz, em Lousada, com apoio do PRR, um novo centro de formação profissional, revelou esta quinta-feira o secretário de Estado do Trabalho.
Segundo Miguel Fontes, o futuro equipamento vai ser financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito de uma estratégia nacional, mas também para responder às necessidades formativas dos recursos humanos da região do Tâmega e Sousa, onde se localiza Lousada.
“É um investimento de larguíssimos milhões de euros, ao abrigo do PRR, que se inscreve nesta estratégia de pormos o país verdadeiramente equipado para responder ao desafio da qualificação”, afirmou, em declarações aos jornalistas.
Falando antes da cerimónia de apresentação do projeto e do acordo com a autarquia, que se realizou hoje em Lousada, sinalizou que aquele investimento decorre da necessidade de “criar novos centros de formação profissional, como é o caso de Lousada”.
“Com capacidade para mais de 450 postos de formação, [este centro] vai permitir, nesta região do país, qualificarmos uma oferta formativa que corresponda ao dinamismo das empresas”, acrescentou.
O secretário de Estado adiantou, por outro lado, que no âmbito do PRR vão ser investidos cerca de 230 milhões de euros em novos centros de formação, mas também nos existentes no país.
“A atual rede de centros de formação profissional necessita de ser modernizada e receber investimentos”, disse.
O futuro centro de formação em Lousada terá uma abrangência regional, no contexto dos municípios do Tâmega e Sousa.
As instalações vão ser construídas de raiz em terrenos cedidos pela Câmara de Lousada (cerca de dois hectares), na zona de acolhimento empresarial de Caíde de Rei, junto ao nó da Autoestrada 11 (A11) e na partilha com os concelhos vizinhos de Amarante e Penafiel.
Segundo o presidente da autarquia, Pedro Machado, a localização mereceu o consenso na comunidade intermunicipal que reúne 11 concelhos.
“A localização é estratégica, porque está na área do território que tem mais empresas por quilómetro quadrado”, observou, em declarações à Lusa, prosseguindo: “Ficará na área de acolhimento empresarial de Caíde de Rei, mesmo junto ao nó de acesso à autoestrada, muito perto da estação ferroviária de Caíde de Rei”.
O presidente da câmara referiu, por outro lado, que já “está a ser preparado pelo IEFP o dossier para abrir o concurso público de conceção e construção”.
“O Governo tem toda a urgência em concretizar este investimento, que é financiado pelo PRR, portanto a data limite é 2026, mas há aqui vontade de o concretizar muito antes”, pontuou o autarca.
Pedro Machado acentua que o futuro equipamento “faz muita falta à região”, sinalizando que será na população com mais de 30 anos, com menores níveis de escolaridade, que terá maior impacto.
“Atualmente, temos indicadores em termos de conclusão do ensino básico, secundário e de frequência do ensino superior nivelados pelas médias nacionais. Contudo, nas idades a partir dos 30 anos continuamos com péssimos indicadores. Há que ter ferramentas para inverter esse cenário e este centro de formação vai ter essa possibilidade de fazer duplas certificações escolares e profissionais, não só para os desempregados, mas também e sobretudo para aqueles que estão ativos”, defendeu.