Os lucros agregados dos cinco maiores bancos que operam em Portugal somaram 1.994 milhões de euros no primeiro semestre, num aumento de 58,4% em termos homólogos, segundo contas da Lusa.
Assim, a soma dos resultados líquidos destes bancos foi superior à registada no final dos primeiros seis meses de 2022 em 735 milhões de euros, continuando estes a serem impulsionados pelo aumento das taxas de juro nos créditos.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi a que apresentou maiores lucros no semestre, ao registar 607,9 milhões de euros, contra 485,7 milhões de euros até junho de 2022. No período em análise, a margem financeira consolidada cresceu 124,7% para 1.316 milhões de euros.
O Millennium BCP, por sua vez, multiplicou por 6,8 vezes os 62,2 milhões de euros em lucro registados no primeiro semestre do ano, para 423,2 milhões de euros, tendo a sua margem financeira subido 39,5% para 1.374 milhões de euros.
A completar o pódio dos bancos em Portugal com maior lucro surge o Novo Banco, que teve um resultado líquido positivo de 373,2 milhões de euros no semestre, mais 39,9% que no mesmo período do ano passado. A margem financeira da instituição cresceu 95,5% em termos homólogos, para 524 milhões de euros.
Com um crescimento dos lucros próximo do valor do Novo Banco está o Santander (38,3%), que lucrou 333,7 milhões de euros e cuja margem financeira aumentou em 58,4% para 586,5 milhões de euros.
Por fim, o BPI apresentou lucros consolidados de 256,2 milhões de euros no semestre, mais 26,1% face aos primeiros seis meses de 2022. No período, a margem financeira do grupo subiu 85%, em termos homólogos, para 435 milhões de euros.
Este ano os lucros dos bancos estão a ser beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida das taxas de juro nos depósitos, o que tem beneficiado a margem financeira, já que esta é a diferença dos juros cobrados pelos bancos nos créditos e os juros pagos pelos bancos nos depósitos.
Desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a subir as taxas de juro diretoras em meados de 2022, para combater a inflação, que isso tem tido impacto no aumento dos créditos dos clientes bancários indexados a taxa de juro variável (sobretudo Euribor).
De acordo com dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal (BdP), o diferencial entre as taxas de juro para os empréstimos e para os depósitos atingiu 3,3 pontos percentuais em 2022, o valor mais elevado desde 2003.