O Ministério Público declarou como “inimputável” o homem detido, em outubro do ano passado, por ter enviado uma bala ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ter ameaçado de morte. Em comunicado, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa revelou ainda que o MP defende que o arguido seja “sujeito à medida de segurança de internamento em estabelecimento psiquiátrico”.

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O caso remonta a outubro de 2022 quando o suspeito, explica a PGDL, “enviou uma carta ao Presidente da República a exigir-lhe a transferência de 1 milhão de euros para uma conta bancária ou a entrega do dinheiro em notas, em duas malas”. Além do pedido de pagamento da referida quantia, o autor da missiva ameaçava matar o Chefe de Estado se o seu desejo não fosse concretizado. “Para dar maior credibilidade às ameaças, o arguido enviou, dentro do envelope, uma munição real”, diz a PGDL.

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O homem foi acusado, em julho de 2023, da prática de um crime de coação agravado na forma tentada, um crime de extorsão agravada na forma tentada, um crime de detenção de arma proibida, um crime de acesso indevido e um crime de desvio de dados.

Perante a análise dos dados, o Ministério Público deliberou que “o arguido é portador de uma anomalia psíquica, em concreto, sofre de perturbação esquizofrénica” – e, acrescenta, encontrava-se descompensado na altura das ameaças. Assim, os procuradoras declararam o suspeito “inimputável” e que deve ficar “sujeito à medida de segurança de internamento em estabelecimento psiquiátrico”.

Marcelo recebe carta com ameaça e bala a exigir um milhão de euros em Belém. PR diz que “não há razão para alarme ou preocupação”

A notícia foi tornada pública pelo Correio da Manhã, em novembro de 2022. Na altura, em declarações ao mesmo órgão, Marcelo confessou não ter dado grande importância ao caso, que o apanhou fora do Palácio de Belém. “Não reforcei a segurança, continuo a fazer a minha vida normal. Não há razão para qualquer tipo de alarme ou preocupação e os compromissos não sofrem alterações”, garantiu então.

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