O presidente da Câmara de Ponte de Lima lamentou hoje não ter informação sobre o financiamento para a recuperação dos estragos causados pelo mau tempo de janeiro e defendeu que o Governo deve atuar com “urgência” perante situações excecionais.

Em declarações à agência Lusa, Vasco Ferraz (CDS-PP) adiantou que o concelho de Ponte de Lima sofreu prejuízos de cerca de 200 mil euros e que até à data a autarquia não tem qualquer resposta sobre as candidaturas ao financiamento para reparação dos prejuízos, feitas junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Se, efetivamente as nossas candidaturas foram aprovadas, se vão ser pagas nem quando vão ser pagas. A informação que tivemos, na altura, do Ministério da Coesão Territorial, é que iria existir um teto máximo, com exceção de Lisboa e Porto”, afirmou.

Vasco Ferraz disse que o município “atuou” no dia seguinte à intempérie de 01 de janeiro, face à “emergência” de reparar “uma artéria do centro histórico que levantou, para garantir a segurança de pessoas e viaturas”.

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Em casos de urgência, o Governo terá de ter, exatamente, a mesma urgência no sentido de apurar e pagar as despesas em caso de aprovação das candidaturas”, sublinhou.

Além da reparação da artéria no centro histórico, Vasco Ferraz referiu que o mau tempo danificou ciclovias e ecovias, cujos trabalhos de recuperação já foram iniciados.

Já fizemos a recuperação da ponte sobre o rio Tinto, em Vitorino das Donas, e, entretanto, lançámos uma empreitada na ordem dos 300 mil euros que, na totalidade, não tem a ver com os estragos das intempéries, para o arranjo das ecovias e ciclovias”, especificou.

O autarca do CDS-PP sublinhou que a Câmara de Ponte de Lima “tem alguma capacidade financeira para absorver, com alguma facilidade, os 200 mil euros de prejuízos, independentemente de ter tanto direito como todos os outros municípios de receber, porque foram danos decorrentes das intempéries”.

No caso de Caminha, cujo valor [dos prejuízos] é consideravelmente mais avultado, estamos a falar de alguns milhões de euros [13 milhões de euros] com uma câmara com uma dimensão mais reduzida que não terá, de certeza absoluta, qualquer tipo de capacidade para fazer face sequer ao início dos trabalhos e tem as populações dependentes da sua execução, em alguns casos até para chegar a casa”, frisou.

No Alto Minho, os prejuízos causados pelo mau tempo no início do ano estimam-se em 20 milhões de euros.

Caminha lidera a lista dos municípios com mais prejuízos, com mais de 13 milhões de euros. Segue-se Valença com 3,8 milhões de euros, valor que não integra a recuperação da muralha que desabou.

Ponte da Barca somou danos no valor de 1,9 milhões de euros, Viana do Castelo 1,8 milhões de euros e Vila Nova de Cerveira 1,5 milhões de euros. Melgaço está em último lugar, com 108 mil euros de prejuízos.

A Lusa contactou a CCDR-N e o ministério da Coesão Territorial, mas até ao momento não recebeu resposta.