O Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), em Lisboa, vai inaugurar no primeiro semestre de 2024, anunciou a instituição em comunicado esta terça-feira. A abertura do museu estava prevista para 2021, mas tem sido atrasada sucessivamente.
Ao Observador, o departamento de comunicação do museu adianta que “constrangimentos resultantes do período da pandemia e agravados pelo contexto de guerra na Ucrânia levaram a atrasos na obra, nomeadamente na entrega de materiais e falta de mão de obra”. Além disso, justificam, “acresce que se trata de um projeto de reabilitação e adaptação complexo, já que o palácio estava em muito mau estado pelos usos sucessivos anteriores”.
O museu com a coleção de arte do empresário Armando Martins, do Grupo Fibeira, com atividade na promoção imobiliária, hotelaria e serviços, vai ocupar o Palácio dos Condes da Ribeira Grande, antigo Liceu Rainha Dona Amélia, na Rua da Junqueira, em Lisboa. O acervo inclui mais de 500 obras de artistas portugueses e estrangeiros, como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo Souza-Cardoso ou Rui Chafes. A coleção de arte moderna e contemporânea, reunida nos últimos 50 anos, foi, em 2018, distinguida com um prémio na área do colecionismo pela Fundação ARCO de Madrid, Espanha.
Além do espaço museológico, o projeto inclui também um hotel de cinco estrelas (que terá o nome The Curator Art Palace Hotel), um restaurante e uma capela dessacralizada que terá programação dedicada ao campo das artes performativas. “Este é um projeto inédito em Portugal e na Europa”, descreve o site do MACAM. A instituição tem como diretora Adelaide Ginga, ex-curadora do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado.
De acordo com o comunicado, “o palácio encontra-se atualmente em fase de reabilitação e será ampliado com dois novos edifícios a tardoz, perfazendo uma área superior a 13.000 m2”. Já o museu “irá instalar-se no piso térreo do Palácio e numa das alas novas do espaço museológico, com uma área expositiva total de 2.000 m2”.
Nas redes sociais do atelier de arquitetura Metro Urbe, responsável pelo projeto, já é possível vislumbrar o interior de um dos edifícios. De acordo com uma publicação no Facebook do MACAM, a fachada em cerâmica pertence ao que será o edifício das exposições temporárias do museu.