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Carlos César diz que Bolieiro "parece não aceitar uma única crítica" da oposição nos Açores

Este artigo tem mais de 1 ano

"Desde que tomou posse, parece não aceitar uma única crítica vinda da oposição, seja sobre que tema for", argumentou Carlos César, sublinhando que Manuel Bolieiro "tem sempre a última palavra".

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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O presidente do PS e ex-presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, considerou esta quinta-feira que o atual presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, “parece não aceitar uma única crítica vinda da oposição”.

“Na verdade, desde que tomou posse, parece não aceitar uma única crítica vinda da oposição, seja sobre que tema for. Fá-lo, quase sempre, com injustificada e desagradável sobranceria, ou manda fazê-lo por outros ainda menos contidos protagonistas. Tem sempre a última palavra”, escreveu Carlos César numa publicação na sua página pessoal na rede social Facebook.

O socialista e ex-presidente do Governo Regional dos Açores escreveu a mensagem após a notícia de que o executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro pretende criar um novo programa de incentivo à comunicação social, o Media+, que prevê suportar até 40% dos salários dos jornalistas até 1.500 euros e comparticipar formações e projetos multimédia. “O dr. Bolieiro achou que a crítica do líder da oposição [açoriana, Vasco Cordeiro] era um disparate“, escreveu Carlos César.

E acrescentou:

“Quando erra, é culpa do anterior Governo Regional ou do atual Governo da República. Quando é contraditado, nunca aceita que a razão pode não ser sequer inteiramente sua. Voltou há dias de férias e já desconsiderou a oposição pelo menos no caso do furacão Lorenzo, no caso da Ryanair, no caso da EDA, no caso da Saúde, no caso do denominado Media+. Nestes poucos seis dias em que teve agenda oficial, foi o que vi nas suas 10 aparições no Telejornal da RTP/Açores”.

O presidente do PS e ex-presidente do Governo Regional açoriano começa a mensagem referindo que tem “prestado mais atenção à política açoriana nestes dias estivais”.

“Uma das últimas notícias que me prendeu foi a de que o salário de cada jornalista deverá passar a ser parcialmente pago nos Açores pelo Governo do PSD/CDS/PPM“, observou.

E prosseguiu: “Teve razão Vasco Cordeiro [líder do PS/Açores], nas observações que o ouvi fazer a esse respeito. Se eu fosse jornalista não gostaria dessa forma de apoio; e se fosse empresário ou funcionário nesse ou noutro setor de atividade com interesse público e não merecesse tais apoios também não ficaria satisfeito“.

“Mas apreciaria que, com bom critério e com transparência, os órgãos de comunicação social privados na região — jornais, rádios e diferentes plataformas —, tivessem acesso a apoios maiores e automáticos, num sistema consensualizado junto das empresas e, porque não, junto dos partidos que não estão sentados na mesa do Governo”, concluiu Carlos César.

O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, afirmou na quarta-feira que o novo programa de incentivo à imprensa privada nos Açores é uma “grotesca, perversa e mal disfarçada tentativa do Governo Regional de controlar a comunicação social”.

Segundo o projeto de decreto legislativo regional, a que a agência Lusa teve acesso na terça-feira, o novo “programa de apoio aos media dos Açores” prevê uma compensação salarial que consiste na “atribuição mensal de um apoio financeiro”. O projeto ainda vai a Conselho do Governo Regional, seguindo depois para o parlamento açoriano.

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