Os trabalhadores da TSF anunciaram uma greve, de 24 horas, para o dia 20 de setembro, em protesto contra o que consideram ser “o reiterado ‘desrespeito’ pelos profissionais dos vários setores da rádio, por parte da Administração da Global Media Group”. Em comunicado, os trabalhadores, que se reuniram em plenário esta segunda-feira, criticam a destituição de Domingos de Andrade do cargo de diretor da TSF, bem como a não aplicação de ajustes salariais e do aumento do subsídio de refeição com retroativos.

Na sexta-feira, o Conselho de Administração da Global Media Group (grupo que também detém títulos como Jornal de Notícias, O Jogo ou o Diário de Notícias) anunciou a cessação de funções de Domingos de Andrade como diretor editorial e a nomeação de Rui Gomes para o cargo. Ora, os trabalhadores contestam a “nomeação de um novo nome sem que fosse ouvido o Conselho de Redação da TSF”. Aliás, no sábado, o próprio Conselho de Redação da TSF anunciou que vai apresentar queixa junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) por violação da Lei de Imprensa depois não ter sido consultado antes do anúncio de substituição de Domingos de Andrade.

“A Administração avança com esta substituição, no momento em que afirma querer promover ‘um processo de consulta, reflexão e análise, extensível a todas as áreas do grupo, e que será um passo fundamental para a elaboração e conclusão do Plano Estratégico Global’”, pode ler-se no comunicado. No entanto, os trabalhadores “reiteram a total confiança e solidariedade na atual Direção e, em especial, no Diretor Domingos de Andrade que, desde que assumiu funções, tem mantido um escrupuloso respeito pela autonomia e pela liberdade editorial da redação, privilegiando, acima de quaisquer outros, o valor da notícia”. Os trabalhadores da TSF sublinham que Domingos de Andrade “pugnou pela melhoria de condições de trabalho da TSF e pela criação de meios para assegurar a sustentabilidade”.

Os trabalhadores criticam também a falta de cumprimento dos compromissos no que diz respeito ao aumento dos salários e da atualização do subsídio de refeição com retroativos. “Depois de uma diminuição contínua dos recursos da rádio por responsabilidade de várias administrações, constata-se que também o atual Conselho de Administração (CA) não cumpriu os compromissos que assumiu, seja em relação ao investimento, seja pela não aplicação da proposta de ajustes salariais e do aumento do subsídio de refeição retroativo a janeiro de 2023”, pode ler-se no comunicado.

A proposta apresentada em junho e “não rejeitada” pelos trabalhadores pressupunha a continuação do diálogo negocial relativamente ao ano de 2024, mas a mesma permanece “num limbo tendo ficado sem resposta as diligências efetuadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual, no sentido de saber quando vai ser aplicada a proposta”.

O plenário de trabalhadores da TSF repudia a falta de resposta da Administração relativamente a este processo de negociação, e lembra que “nos últimos meses, ocorreram casos de atraso no pagamento de salários, situações inadmissíveis agravadas, no caso do último mês, pela total ausência de aviso prévio ou justificação por parte da administração”.

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