Um dia depois do arranque oficial do novo ano letivo, Beatriz Gomes Dias, vereadora do Bloco de Esquerda (BE), apresentou duas moções a apelar ao reforço do apoio aos estudantes do ensino superior e professores deslocados em Lisboa. As propostas acabaram rejeitadas pelo PSD/CDS e PS, voto que o BE considera “não demonstrar disposição para implementar soluções”.
Na segunda reunião ordinária da Câmara Municipal de Lisboa (CML) de setembro, a autarca bloquista apelou ao executivo liderado por Carlos Moedas que inste o Governo a realizar um “levantamento das necessidades de alojamento de estudantes em Lisboa”, para ficar garantido que estas necessidades são supridas já no próximo ano letivo 2024/2025.
“O ano letivo começou ontem e em Lisboa centenas de alunos e alunas ainda não têm professora ou professor a pelo menos uma disciplina. Muitos não aceitam a colocação, pois não têm capacidade de pagar os preços exorbitantes das casas”, assinalou. E apontou mais vítimas do mercado imobiliário da capital: os alunos do ensino superior que se deparam com uma barreira intransponível no seguimento dos estudos.
O voto contra dos elementos do executivo de Moedas foi justificado por Filipa Roseta, vereadora com o pelouro da Habitação, com a abertura, no dia 24 de setembro, de um concurso de subsídio de habitação para professores. Beatriz Gomes Dias destaca o atraso e insuficiência da medida. “Surpreende que, embora o ano letivo tenha começado ontem e o calendário escolar seja conhecido há muito tempo, o concurso não tenha sido atempadamente divulgado e que só agora se proceda ao seu lançamento”, afirma.
A representação do Bloco na CML propôs que fosse disponibilizado alojamento a preço acessível, “que não exceda os 30% do seu rendimento-base”, a todos os professores do ensino básico e secundário que residam fora da área metropolitana de Lisboa e que a roleta da colocação tenha atirado para escolas do município. A proposta foi rejeitada pelos vereadores sociais-democratas e socialistas.