Se no plano teórico já havia favoritismo de Barcelona e FC Porto no grupo H face a Antuérpia e Shakhtar, a primeira jornada da Liga dos Campeões acabou por confirmar essa superioridade. E se em Montjuic havia um João Félix a confirmar a redenção com mais dois golos na goleada dos catalães diante dos belgas, os azuis e brancos passearam também classe na Alemanha diante dos ucranianos numa partida onde Galeno fez o primeiro bis na Liga dos Campeões com mais uma assistência para Taremi voltar a marcar. Com isso, um dos poucos registos de Sérgio Conceição nos azuis e brancos acabou por cair – pela primeira vez desde que está no comando da equipa conseguiu entrar a vencer na Champions, após dois empates e três derrotas.

Galeno, o novo Día(z) na equipa que mudou numa noite (a crónica do Shakhtar-FC Porto)

Naquele que foi o quinto triunfo consecutivo do FC Porto na fase de grupos da Liga milionária, contando com a série iniciada na época passada com Bayer Leverkusen (duas), Club Brugge e Atl. Madrid, os vice-campeões nacionais conseguiram também a primeira vitória por mais do que um golo de diferença, dando um passo que olhando para o percurso histórico do clube na competição costuma ser decisivo: nas nove ocasiões em que os dragões entraram a ganhar, conseguiram a qualificação para a fase seguinte em sete. Contudo, dentro de um discurso prudente sem passar do mau para o ótimo, Sérgio Conceição encarou o sucesso em Hamburgo de forma muito pragmática, falando apenas num primeiro passo da equipa no caminho europeu.

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“São sensações boas de ganhar um jogo, assim como tive no jogo passado do Campeonato contra o Estrela. Também contra o Estrela houve coisas positivas e negativas, podíamos ter feito melhor aqui ou acolá melhor as coisas no processo defensivo, mas estamos numa fase de evolução ara que as características dos jogadores possam evoluir também e criarmos o coletivo mais forte. Estamos felizes pelos três pontos. Como nas outras edições da Liga dos Campeões, onde em termos estatísticos não entrámos a ganhar mas passámos sempre, espero que agora possamos entrar a ganhar e passar também à próxima fase que é o nosso grande objetivo. Ainda há uma grande caminhada a fazer para atingirmos o nosso objetivo que é chegar aos oitavos de final”, começou por dizer o técnico na zona de entrevistas rápidas da Eleven.

“Quatro defesas? Falando taticamente de uma forma básica e simples, se metesse mais um jogador na linha defensiva perdia um jogo no corredor central. Com uma linha de quatro tinha superioridade sobre o adversário que joga com uma linha de três na frente. Há muitos treinadores que vão ao Dragão com uma linha de quatro que são seis… Há toda uma dinâmica que daria pano para mangas para a nossa conversa… André Franco como Otávio? É um jogador ligeiramente diferente mas está a ganhar o seu espaço, o seu tempo de jogo. Tem uma relação com a bola fácil, mas depois é preciso outras coisas que ele está a ganhar. O Otávio trabalhou comigo sete anos, creio eu. Eu respirava e ele sabia se eu estava bem, se estava nervoso, chateado ou menos chateado, deu muito a mim e ao clube”, acrescentou nessa mesma conversa.

“Estamos todos empenhados em melhorar a equipa. Hoje, em termos ofensivos, penso que criámos muitas situações, explorámos bem algumas fragilidades do Shakhtar. Noutros jogos não criámos tanto como hoje e não fomos tão eficazes mas o futebol é assim mesmo. Estamos sempre a trabalhar em cima dos erros. Cometemos alguns erros no processo defensivo, o que não agrada muito, mas temos de trabalhar em cima dos jogos, das características dos jogadores e da evolução deles. A evolução tem de ser para hoje, estamos obrigados a ganhar sempre. Se empatamos uma vez é uma escandaleira em Portugal”, apontou depois Sérgio Conceição numa conferência de imprensa que ia tendo tradução em ucraniano.