A noite da passada segunda-feira foi particularmente agitada em São Francisco e pelos piores motivos. A polícia e os bombeiros foram chamados a intervir num atropelamento grave, em que uma mulher ficou debaixo do eixo traseiro de um Cruise, um veículo autónomo que desempenha o papel de táxi sem condutor nesta cidade californiana, entre outras. A vítima foi conduzida ao hospital em estado grave, mas o que alguns desconheciam é que este era o segundo atropelamento da mesma vítima, no espaço de segundos.

Retirar a mulher debaixo do Cruise foi uma operação complexa, só possível depois da chegada dos bombeiros, que recorreram à pinça de corte de chapa para, funcionando ao contrário, levantar o veículo e libertar a vítima sem mais danos, numa fase em que esta gritava com dores, de acordo com os testemunhos de quem circulava na zona. Enquanto isto, para a polícia também não foi tarefa fácil perceber o que tinha acontecido, nem a quem pertencia a responsabilidade do acidente, uma vez que o Cruise robotáxi não tinha ninguém a bordo que pudesse esclarecer as autoridades.

Foi necessário esperar algum tempo para que a Cruise enviasse as imagens do ocorrido, registadas pelas inúmeras câmaras a bordo. Segundo as autoridades, o Cruise e outro veículo tiveram luz verde para entrar no cruzamento, quando em simultâneo o peão atravessava na passadeira, às 21h30 de 2 de Outubro. Nessa ocasião, “o segundo veículo conduzido por uma condutora embateu na mulher na passadeira, atirando-a para a frente do Cruise”, segundo o relatório divulgado pela empresa, o que originou o segundo atropelamento.

Ao que parece, as imagens e os restantes dados libertados pela empresa do grupo General Motors confirmaram que o veículo autónomo “travou agressivamente para minimizar o impacto”, sem contudo conseguir evitar o atropelamento. Assim que os sensores detectaram o corpo sob o veículo, este parou e accionou as luzes de emergência, com a empresa a contactar os bombeiros no local, depois destes obstruírem os restantes sensores e câmaras, desligando depois o carro remotamente.

O segundo veículo abandonou o local, mas para a frota dos Cruise a circular em São Francisco, este não é o primeiro caso com vítimas. Esta situação levou já a que as autoridades da cidade norte-americana exigissem à Cruise reduzir para apenas 50 unidades a frota de robotáxis a circular durante o dia, permitindo-lhe depois incrementar para 150 no período nocturno.

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