As derrotas com Benfica e FC Barcelona devem levar os futebolistas do FC Porto a terem maior empenho, apelou este sábado o treinador Sérgio Conceição, na véspera da receção ao Portimonense, da oitava jornada da I Liga.
“Não estamos habituados a perder. Sofrer duas derrotas seguidas só nos aconteceu uma ou duas vezes em sete anos. Obviamente, fizemos coisas positivas, mas também coisas não tão boas. A equipa está a evoluir, mas temos de perceber uma coisa: estivemos 24% do tempo em vantagem no campeonato, algo que não é normal. Essa mentalidade de se perceber o que é o FC Porto é relevante”, vincou o técnico, em conferência de imprensa.
Os ‘dragões’ encaram o Portimonense depois de dois desaires tangenciais, ambos por 1-0, na visita ao campeão nacional Benfica, da jornada anterior da I Liga, e na receção aos espanhóis do FC Barcelona, para a segunda ronda do Grupo H da Liga dos Campeões.
“O empenho que se tem num jogo em que há 50/50 de responsabilidade de se ganhar é diferente daqueles [embates] em que há 100%, tal como é o caso de amanhã [domingo]. Os jogadores têm de assumir essa mesma responsabilidade. Eu assumo-a perante uma equipa e futebolistas que dão o seu máximo. Se eles derem o máximo contra o Vilar de Perdizes [opositor na terceira eliminatória da Taça de Portugal] e o FC Barcelona, estou sempre aqui para os defender. Não acontecendo isso, não os posso defender”, admitiu.
Se a derrota na Luz implicou a descida à terceira posição da I Liga, com dois pontos de desvantagem para o Benfica, segundo colocado, e três face ao líder isolado Sporting, o desaire europeu significou a segunda partida seguida do FC Porto sem golos marcados.
“É importante os jogadores perceberem o que é perder um jogo. Provavelmente, a nova geração pensa que fez as coisas muito bem. Há muita gente a dizer que houve um jogo fantástico do FC Porto contra o FC Barcelona. Os amigos dos amigos e quem gravita à volta dos futebolistas passam uma mensagem diferente daquela que eu transmito. Estou extremamente aziado com tudo isto. Não gosto de perder”, sublinhou Sérgio Conceição.
Os ‘dragões’ fizeram 13 golos nas 10 primeiras partidas oficiais da época, registo que já não era tão baixo desde 2007/08, com o técnico a pedir ao coletivo que “queime etapas”.
“Temos de baixar a cabeça, olhar para o símbolo que levamos ao peito e perceber o que não fizemos bem. Cada um deve assumir essas responsabilidades, olhar para dentro e perceber o que tem de melhorar para que sejamos mais competentes no próximo jogo. É normal ter cabeça baixa, mas amanhã [domingo] temos de a levantar bem. Não se pode jogar de cabeça baixa, porque não vemos o que se passa e somos atropelados”, referiu.
Sérgio Conceição continua sem contar com Pepe, Iván Marcano, Zaidu e Gabriel Veron, todos lesionados, enquanto Fábio Cardoso foi expulso face ao Benfica, está suspenso e deverá ser substituído no eixo da defesa por Zé Pedro, habitual titular da equipa B, da II Liga, que foi suplente utilizado na Luz e tem integrado os trabalhos do conjunto principal.
“Depois de mim, o treinador do Portimonense [Paulo Sérgio] é quem está há mais tempo num clube. A equipa não iniciou tão bem o campeonato, mas, nas últimas deslocações, ganhou em Guimarães e em Vizela e empatou em Arouca. Sente-se confortável [a jogar] fora de casa, defendendo mais baixo e tendo atletas muito rápidos nas transições defesa-ataque. Temos de agir em vez de reagir e ir para cima. Muitas vezes, isso não acontece. Mais do que um eventual erro técnico, é nessas situações que fico chateado”, terminou.
O FC Porto, terceiro classificado, com 16 pontos, mede forças com o Portimonense, 11.º, com oito, no domingo, às 18:00, no Estádio do Dragão, no Porto, em encontro da oitava ronda do campeonato, que terá arbitragem de Nuno Almeida, da associação do Algarve.