O Mainz, da Liga alemã de futebol, anunciou esta sexta-feira ter posto termo ao contrato com o seu jogador Anwar El Ghazi, depois de ter sido aberta uma investigação judicial com base nas mensagens sobre o conflito Israel-Hamas.
A procuradoria de Koblenz abriu a investigação após mensagens na rede Instagram em que o jogador apoiava os palestinianos, terminando com a frase “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, entendido por alguns como apelo à destruição de Israel e por outros como apelo à igualdade de direitos entre palestinianos e israelitas.
Agora, na rede X (ex-Twitter), o clube germânico diz que colocou “termo, com efeito imediato, à relação contratual com Anwar El Ghazi”, reagindo às “declarações e posts do internacional neerlandês nas redes sociais”.
Mainz 05 beendet Vertragsverhältnis mit Anwar El Ghazi.
Zur Meldung:
— 1. FSV Mainz 05 (@1FSVMainz05) November 3, 2023
Para a justiça de Koblenz, El Ghazi terá assumido um “discurso de ódio” nas mensagens em questão, publicadas em 17 de outubro.
O jogador de 28 anos entretanto já reagiu nas suas redes sociais. “A perda do meu sustento não é nada, quando comparado com o inferno que está a acontecer aos inocentes e vulneráveis em Gaza”.
— Anwar El Ghazi (@elghazi1995) November 3, 2023
El Ghazi já estava suspenso pelo clube, que se dizia disposto a reintegrá-lo, já que nas reuniões com a direção do Mainz se “distanciou da mensagem publicada na conta Instagram, apagada alguns minutos depois”.
Na quarta-feira, o médio internacional neerlandês reafirmou a sua posição, também numa publicação no Instagram: “não lamento nada, ou não tenho remorsos, em relação à minha posição. Não me distancio do que disse ou do que defendo, hoje e até ao meu último fôlego, pela humanidade e pelos oprimidos”.
El Ghazi, que estava sem clube, fora contratado em 22 de setembro pelo Mainz e jogou 51 minutos, em três jogos da Bundesliga.
Israel desencadeou uma guerra para “aniquilar’ o Hamas, em reação ao sangrento ataque sem precedentes perpetrado em 7 de outubro pelo movimento islamita palestiniano, cujos elementos mataram pelo menos 1.400 pessoas, na sua maioria civis israelitas, próximo da fronteira com a Faixa de Gaza.
Segundo as autoridades israelitas, foram então feitos pelo menos 240 reféns, que continuam no território palestiniano.
O balanço publicado esta sexta-feira pelo Hamas contabiliza 9.227 mortos, dos quais 3.826 crianças, devido aos bombardeamentos das forças israelitas a Gaza.