As coisas até estavam a começar a correr bem à Roma na Serie A. Depois de um início desastroso, a equipa giallorossi conseguiu subir até ao quinto lugar. A deslocação ao terreno do Sassuolo seria mais um degrau na ascensão, mas José Mourinho conseguiu encontrar uma forma de se tornar no centro das atenções. As críticas ao árbitro nomeado para o encontro em casa da equipa da região da Emilia-Romagna, ainda na antevisão à partida, levaram Mourinho a colocar-se em posição de voltar a ser castigado.
“O Sassuolo tem um bom treinador, um bom projeto. Não jogam muitos jogos, estão a preparar-se há uma semana e estarão no seu melhor. Já tivemos dificuldades frente ao Sassuolo. Estou preocupado com o árbitro também, já o tivemos três vezes como quarto árbitro e não tem estabilidade emocional para este nível”, disse o português sobre Matteo Marcenaro. “Não me sinto confortável com o perfil do árbitro nem mesmo do VAR. Tivemos azar com ele”, continuou Mourinho que, além das palavras dirigidas à equipa de arbitragem, também se atirou a Domenico Berardi, o principal jogador do Sassuolo, vencedor do Euro2020 por Itália. “O Berardi precisa de ter mais respeito pelos adversários e pelo jogo, faz demais para desestabilizar, para ganhar penáltis inexistentes. Adoro o jogador e as suas qualidades, mas não gosto dessas atitudes dentro de campo”.
No que às críticas a Matteo Marcenaro diz respeito, Mourinho não ficou sem resposta. O presidente da Associação Italiana de Árbitros, Carlo Pacifici, condenou a intervenção do treinador de 60 anos. “As suas palavras são inaceitáveis. Considero tais declarações pretensiosas, gratuitas e inaceitáveis. Se alguém pensa em fazer pré-táticas, colocando pressão psicológica nos árbitros, então está completamente louco. Estas são palavras que podem criar violência”. A Federação Italiana de Futebol está a analisar o caso e José Mourinho arrisca uma suspensão.
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Não só de árbitros Mourinho se tem queixado. Ao que parece, segundo o treinador da Roma, os próprios jogadores não têm estado ao nível das suas exigências dentro do campo. “O Guardiola, se não está contente com um, diz-lhe adeus, dá-lhe um pontapé e escolhe outro. Eu não posso fazer isso aqui. Só posso tentar puxar por eles a cada dia no treino para tirar o melhor deste grupo”, lamentou Mourinho após o empate (1-1) contra o Servette, na Liga Europa, que arrasta para a última jornada da fase de grupos a decisão quanto ao apuramento direto para os oitavos de final. “Fiz 150 jogos na Liga dos Campeões, que são mais difíceis, e parece que há quem não tenha história na Europa e jogue estes jogos em serviços mínimos. Há aqueles que dão tudo nos 90 minutos e os que torcem o nariz a esta competição”, apontou o técnico face à atitude dos jogadores na abordagem à segunda prova mais importante da UEFA.
Frente ao Sassuolo, a Roma só tinha que apontar o dedo a si própria por ter começado a perder. Matheus Henrique (25′) desviou ao segundo poste um cruzamento que atravessou toda a área. Na segunda parte, correu tudo bem aos giallorossi. Mourinho lançou o dinamarquês Rasmus Kristensen e obteve dividendos dessa troca. Já depois de Daniel Boloca, jogador do Sassuolo ser expulso, a aposta de Mourinho para o segundo tempo arrancou uma grande penalidade que Paulo Dybala (76′) converteu. Perto do apito final, foi o próprio Rasmus Kristensen (82′) que completou a reviravolta. José Mourinho, que tanto criticou o árbitro, acabou por ver todas as decisões críticas serem favoráveis à Roma. Assim, o português arrecada mais três pontos que sustentam a presença do conjunto da capital entre os lugares europeus da Serie A.