“O Paraíso dos Tontos”
A estreia na realização do comediante Charlie Day quer ser uma sátira a Hollywood. Mas entre querer e conseguir, vai uma grande distância, e Day, que também escreveu o argumento e tem o papel principal, não conseguiu, mesmo contando com a participação de nomes como Adrien Brody, Kate Beckinsale, Edie Falco ou Ray Liotta (este num dos seus últimos papéis). É a história de um pobre diabo que foi posto fora do asilo psiquiátrico onde estava internado por não haver dinheiro para o tratamento. Como ele é o sósia de um famoso ator que se recusa a fazer um filme, é posto no lugar deste pelo produtor, tornando-se numa “estrela” do dia para a noite. Day, cuja personagem quase não fala, quer homenagear a comédia do tempo do mudo e pisca o olho na direção de Bem-Vindo, Mr. Chance, de Hal Ashby, mas O Paraíso dos Tontos não vai a lado nenhum.
“Silent Night — Vingança Silenciosa”
Desde Pago para Esquecer, em 2003, que John Woo não realizava um filme com produção americana, e Silent Night — Vingança Silenciosa marca o seu regresso aos EUA. Um pai que viu o filho ser morto durante um tiroteio entre gangues rivais na Véspera de Natal, jura vingar-se, enquanto recupera de um ferimento que o deixou sem voz, começando então a cumprir um exigente regime de treinos físicos e com armas. E a vingança deverá ter lugar também numa Véspera de Natal. Silent Night — Vingança Silenciosa apresenta a particularidade de quase não ter diálogos, apenas ruídos de fundo e música ambiente. Joel Kinnaman interpreta o papel principal e é também o produtor executivo desta nova fita do autor de clássicos do cinema de ação de Hong Kong como Os Heróis não Choram ou O Assassino.
“Dias Perfeitos”
Hirayama, o protagonista de Dias Perfeitos, o novo filme de Wim Wenders, é um homem de meia-idade que limpa casas de banho públicas em Tóquio. Todas as manhãs, depois de regar as plantas e tomar café, Hirayama pega no equipamento, mete-se numa camioneta e faz a sua ronda, limpando tudo com uma meticulosidade e um brio profissional exemplares. A sua vida é feita de uma rotina cumprida sem o menor desvio. Almoça uma sandes no mesmo banco do mesmo jardim, fotografa árvores com a sua máquina portátil, lava-se nos mesmos banhos públicos, janta no mesmo pequeno restaurante de bairro. E lê autores clássicos em livro, não tem computador ou televisão nem anda nas redes sociais, ouve rock antigo em cassetes, e fotografa em película. Dias Perfeitos foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.