O comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) descreveu esta segunda-feira a situação no sul do país como tensa e perigosa, devido ao aumento das hostilidades entre o grupo xiita Hezbollah e Israel.
“A situação atual, como todos sabem, é tensa, é difícil, é perigosa”, disse o general Aroldo Lazaro Saenz aos jornalistas antes de uma reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros de França, Catherine Colonna.
A chefe da diplomacia de Paris visitou Beirute apelando à responsabilidade dos líderes libaneses e que usem o seu diálogo com o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irão, para evitar uma espiral de violência na região.
O comandante da FINUL explicou que a missão das Nações Unidas procura manter o seu estatuto e acima de tudo desempenhar um papel de mediação entre as partes, “para evitar erros de cálculo ou de interpretação que poderiam ser outro gatilho para a escalada” de confrontações.
O militar ressaltou que o Hezbollah tem usado armas de longo alcance, enquanto Israel tem violado o espaço aéreo do Líbano. “No entanto, nos últimos três dias, observámos uma diminuição nas trocas de tiros”, adiantou.
Saenz sublinhou a estreita relação entre a guerra em curso na Faixa de Gaza e o aumento das tensões no sul do Líbano, junto à fronteira com Israel, com o Hezbollah a apoiar o grupo islamita Hamas que controla aquele enclave palestiniano.
A FINUL não foi poupada à escalada das tensões quando, em 25 de novembro, tiros israelitas atingiram um veículo de patrulha da missão da ONU.
Com mais de 10 mil elementos, a FINUL encontra-se estacionada no sul do Líbano desde 1978 para servir de tampão com Israel, estando os dois países ainda tecnicamente em guerra.