A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou esta terça-feira à supressão de 390 comboios de 556 programados (70%) pela CP, entre as 00h00 e as 12h00, segundo dados da transportadora.
Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem esta terça-feira o primeiro de dois de greve intercalados, tendo sido decretados serviços mínimos.
Nas ligações urbanas de Lisboa, dos 270 previstos foram suprimidos 195, e nos de longo curso estavam programados 32 e foram suprimidos 24.
Estavam ainda previstos 108 comboios urbanos no Porto, mas apenas se efetuaram 36 ligações e, em Coimbra, dos 14 programados, realizaram-se quatro.
Numa nota enviada ao Observador sobre os impactos desta greve na CP, a empresa precisa que dos 556 comboios programados, realizaram-se 166.
Em declarações esta terça de manhã à Lusa, Adriano Filipe, presidente da Aprofer – Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, disse que às 8h00 estavam a ser cumpridos os serviços mínimos.
A paralisação, que abrange os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da IP, está relacionada com as condições de trabalho e vencimentos da profissão, segundo explicou à Lusa, Adriano Filipe.
“Os motivos desta greve são os mesmos” da paralisação que tinha sido convocada para setembro de 2022, lembrou, indicando que a IP se tinha comprometido a negociar um acordo, mas isso não aconteceu desde então.
“O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de dezembro de 2023, mas face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar”, afirmou.
Estes trabalhadores, distribuídos essencialmente por centros de comando operacionais (CCO), que controlam todo a operação ferroviária a nível nacional, exigem a regularização da sua profissão.
“Há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento e, portanto, nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP”, indicou, salientando que o trabalho é “num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro”.
A greve poderá também afetar a circulação dos comboios na quarta e na sexta-feira, esclareceu a CP, numa nota publicada no ‘site’.
Nos dias de greve, estão garantidos serviços mínimos, com a previsão de circulação do Alfa Pendular e Intercidades, Regional, InterRegional e Internacional, Comboios Urbanos do Porto, Comboios Urbanos de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa.