Uma coisa é certa: Kylian Mbappé tem o mundo aos seus pés e toda a gente o quer ter do seu lado. O resto é uma indefinição, especialmente o futuro da estrela francesa numa autêntica novela que o próprio parece fazer questão de criar. Agora, o tempo começa a esfumar-se. Com a viragem do ano e em vias de terminar contrato com o PSG, o jogador está a livre para negociar o seu futuro na próxima época e pretendentes não faltam.
Há muito que o Real Madrid tenta convencer o melhor marcador do último Mundial a rumar a Espanha, sendo que os merengues terão pedido a Mbappé uma resposta durante o mês de janeiro. No entanto, parecem também estar abertas as portas para uma possível mudança para Inglaterra, nomeadamente para o Liverpool, clube que pode perder Salah no verão.
Mbappé não tem cedido perante as campanhas de comunicação do PSG. Na altura da última renovação com o clube, o jogador exibiu uma camisola com o número 2025, supostamente alusivo à data do final do contrato, mas o que não ficou explícito nessa ocasião foi que o último ano do vínculo era opcional, cabendo ao jogador decidir prolongar ou não a ligação. No entanto, o presidente do campeão francês, Nasser Al-Khelaïfi tem feito por dar a conhecer a posição que tem sobre o futuro do jogador numa série de entrevistas.
“Ele é o centro do projeto”, assumiu o dirigente à RMC Sport. “Não estou a esconder nada, tenho a certeza que quero que o Mbappé fique. Para mim, ele é o melhor do mundo e o melhor clube para o Kylian é o PSG”. As relações entre Mbappé e as altas figuras dos parisiense viveram um momento negativo no início da temporada, quando o jogador foi afastado da equipa até se decidir se saía no verão. O avançado acabou por ficar na capital francesa, sabendo-se que podia, um ano mais tarde, sair a custo zero, o que ia representar um abalo nas contas do PSG. Por isso, quando Mbappé reintegrou os trabalhos do plantel, ficou acordado que não ia receber o “prémio de fidelidade” de 80 milhões de euros no caso de deixar o clube no final desta temporada como jogador livre.
Nasser Al-Khelaïfi não revela os valores que estão em cima da mesa para convencer Mbappé a permanecer no projeto, dizendo que se trata de “um acordo entre cavalheiros”. Porém, o presidente deposita esperanças no número 7 para alcançar a Liga dos Campeões. “Ele ainda é jovem, quer ganhar muitos troféus e espero que seja connosco”, disse Nasser Al-Khelaïfi na mesma entrevista. “Mbappé tem o melhor centro de treinos do mundo, tem o melhor treinador do mundo. Todos os anos jogamos a Liga dos Campeões e estamos quase sempre nos quartos de final, nas meias-finais, na final… Estamos lá. A Ligue 1 mudou muito, é complicada. No próximo ano, o novo formato da Liga dos Campeões será mais competitivo”.
Não deixa de ser notório que esta temporada, a pensar num pós-Mbappé ou não, o PSG adotou uma política de contratações diferente dos últimos anos quando adquiria jogadores plenamente consagrados, ao contrário do que acontece atualmente. “Era hora de mudar, de construir algo novo. Em Paris, temos o melhor jogador do mundo e somos um dos melhores clubes do mundo. Estamos em quarto lugar no ranking da UEFA”, recordou Nasser Al-Khelaïfi. “Temos que continuar a trabalhar para vencermos também a Liga dos Campeões, mas talvez tenha sido um erro colocar tanta pressão na Liga dos Campeões. O futebol não é assim tão simples”.
Esta temporada, o PSG deixou de contar com Messi e Neymar. Nasser Al-Khelaïfi recordou o porquê de não ter homenageado o argentino quando venceu o Mundial. “Estamos em França, ele tinha ganho na final ao Kylian. Somos um clube francês, não queria colocar todo o estádio contra ele. Acho que tínhamos de respeitar isso”.