“O ‘Circo Filarmónico’ é fruto de uma residência artística que acontece aqui e em Santa Comba Dão e envolve a Orquestra de Sopros de Santa Comba Dão, com partituras musicais da produtora galega [Espanha] Pistacatro”, adiantou um dos diretores da ACERT.
José Rui Martins falava aos jornalistas, na companhia do codiretor Pompeu José e restante equipa da ACERT, na apresentação da programação do primeiro trimestre do ano da instituição com sede em Tondela, que comemora este ano 48 anos.
Da residência artística sai o espetáculo de novo circo a ser apresentado em 24 de fevereiro, “já depois do período de criação de temas a pensar em filarmónicas, neste caso uma orquestra de sopro, e depois tem uma encenação da Orquestra Malabares”, da companhia Pistacatro.
“É um dos projetos mais originais e transdisciplinares na Península Ibérica, no qual o circo se mistura com a música para estabelecer um diálogo sincero e divertido, onde todos os intérpretes se encontram fora da sua zona de conforto e exploram juntos uma nova linguagem comum”, descreveu.
A programação tem como mote os 50 anos do 25 de Abril, assumiu José Rui Martins, que, numa resenha histórica dos 48 anos que a ACERT comemora este ano, destacou “os valores pelos quais se lutou” e que “ainda hoje têm de continuar a ser vividos”.
“Hoje são os jornalistas que estão em luta, literalmente, mas temos que, cada vez mais, continuar a lutar pelos valores do 25 de Abril para que não se percam e se sempre os colocámos em todos os nossos trabalhos, este ano, mais do que nunca, tentaremos que fiquem em maior evidência”, assumiram os diretores da ACERT.
Pompeu José acrescentou ainda que, “este ano, que também é marcado por eleições, tem de ser um ano marcante e um ano de reflexão, de quase covid político, de uma quarentena do que é para abdicar para que se viva em Liberdade, o sonho do 25 de Abril”.
Nos primeiros meses do ano, contou Daniel Nunes, um dos responsáveis pela programação, fazem parte também o concerto de Tiago Nacarato, “que terá uma especial atenção no 25 de Abril”, e ainda os cafés-concertos de Miguel Marôco, da banda Godbless e o DJ ‘set’ de No Brega para “animar a noite” de Carnaval na ACERT.
O trio Sul, com Bernardo Couto, Bernardo Moreira e Luís Figueiredo, está agendado para o dia 02 de março e “é uma forma de colocar o jazz” na agenda e a banda Sonhos Rotos marca a noite da Queima e Rebentamento do Judas, em 30 de março.
Na área do teatro, Gambozinos e Peobardos apresenta “O dia depois de amanhã”, uma peça que teve como ponto de partida o conto “O Ultramar”, de António Manuel Gomes e que é encenada por Pedro Sousa, que também sobe ao palco como ator.
A Peripécia Teatro apresenta “A idade do cacifo”, uma criação e interpretação dos atores Élio Ferreira, Noelia Dominguez, Sérgio Agostinho e ainda o músico Tiago Santos que compôs originais para a peça e serão tocados ao vivo.
A companhia espanhola Xirriquitela Teatre leva a palco “Papiro” onde “o sentido de humor e a criatividade” darão “vida a um novo mundo”.
Ainda nas artes cénicas, a ACERT leva a palco as últimas produções da companhia da casa, o Trigo Limpo, como o “Museu do Esquecimento”, “Aloha!” e “Queres que Eu Te Conte”, e o grupo amador (H)aver Teatro apresenta “Maleitas de Portugal”.
A companhia Ervilha no Topo do Bolo marca presença no dia 09 de março com uma oficina intitulada “Clown e Improviso” e apresenta “Ervilha na Vila”, onde “o público decide o rumo da dramaturgia, tendo em conta que se trata de teatro de improviso”.
A ACERT apresenta ainda no primeiro trimestre duas exposições: “Já não se contam ovelhas para dormir”, uma mostra fotográfica de Andrea Inocêncio e que resulta de uma residência na região, e “Retalhos”, de Tiago Sami Pereira.