Os resultados do Barcelona não estão propriamente a aparecer, Ferran Torres atravessa uma das melhores fases desde que chegou à Catalunha, João Félix não tem propriamente o estatuto e as características para se assumir como indiscutível mesmo nos momentos de menor fulgor como outros internacionais como Robert Lewandowski. Assim, e de uma forma quase “natural” perante o contexto que os blaugrana atravessam, Xavi Hernández optou por deixar o português no banco alguns encontros depois da saída ao intervalo na receção ao Almería, numa situação que só não aconteceu em duas das últimas seis partidas (ambas na Taça do Rei, com Basbastro e Unionistas). Na deslocação a Sevilha, para defrontar o Betis, essa foi de novo a opção.

Com Frenkie de Jong, Gündogan e Pedro de início no meio-campo, o técnico dos catalães apostou em Lamine Yamal, Ferran Torres e Lewandowski para o ataque. Até ao início do segundo tempo, funcionou. Porque o mais jovem voltou a mostrar um futebol quase “anormal” para quem tem apenas 16 anos, porque o espanhol que passou pelo Manchester City voltou a bisar após duas grandes jogadas com alguma fortuna à mistura. De forma quase natural, o Barcelona chegava a uma vantagem de dois golos que se esfumou em menos de cinco minutos com um bis de Isco que deixou expostos todos os problemas defensivos que têm marcado a época dos blaugrana. A meia hora do final, estava tudo em aberto num jogo em que tinham de ganhar.

Na primeira mexida, Vítor Roque entrou para o lugar de Lewandowski numa troca direta aos 63′. Na segunda alteração, Fermín López foi chamado para a vaga de Pedri (71′). O Barça mantinha o empate que o poderia deixar a nove pontos do Real Madrid (que ganhou em casa ao Almería num encontro com muita polémica à mistura decidido nos descontos) e do Girona mas João Félix continuava na zona de aquecimento ao lado do banco a fazer exercícios mais a olhar para o que se passava em campo do que propriamente a cumprir as instruções naquela fase. Aos 81′, lá acabou por ser chamado para o lugar de Pau Cubarsí. E tudo mudou.

Menos de dez minutos depois de entrar, João Félix combinou com Ferran Torres, arriscou num remate na passada de trivela e marcou mesmo o 3-2 em cima do minuto 90, deixando o banco dos catalães e o próprio Xavi Hernández em delírio pela importância do momento. O Tubarão Torres ainda completaria o hat-trick após uma assistência fantástica de Lamine Yamal contra o conjunto de Rui Silva (que foi titular) e William Carvalho (fora dos eleitos) mas foi mesmo o golo do avançado português, que leva nove remates certeiros e seis assistências pelo Barça esta temporada, que “desbloqueou” um triunfo fulcral e que foi festejado à Ronaldo com pedidos de “calma” antes do beijo no símbolo que fechou as celebrações do 3-2.

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