Thomas Schäfer, CEO da VW e chairman da Seat, agitou o mercado em 2023 com o anúncio da morte antecipada do construtor espanhol que lançou a Cupra, primeiro como versão desportiva e depois como marca independente, apenas para ver os estrategas do Grupo Volkswagen decidir sacrificá-la. Agora, outro quadro do grupo alemão desdiz o avançado pelo “chefe”, anunciando que, afinal, a Seat não vai morrer. Pelo menos, para já.

A situação parece estar complicada para a Seat, sobretudo porque foi anunciada a decisão da Cupra produzir apenas veículos eléctricos a partir de 2030, com a VW e a Audi a agendar o mesmo objectivo para 2033. Isto significa que não só os modelos a gasolina vão ser descontinuados a prazo, como as próprias fábricas vão igualmente ser adaptadas à produção exclusiva de modelos a bateria, especialmente as espanholas – a da Seat em Martorell, Barcelona, e a da VW na região de Madrid –, o que coloca a Seat no fio da navalha, uma vez que se a Cupra já tem um veículo eléctrico e vai reforçar a gama em breve, a Seat não tem previsto abraçar esta tecnologia.

Toda esta estratégia, que caiu que nem uma bomba para o lado da Catalunha, foi de rastilho curto, uma vez que Marcus Gossen, o director das marcas Seat e Cupra para o Reino Unido, resolveu dar o dito por não dito e fez saber que a Seat oferecerá um veículo eléctrico a bateria num prazo máximo de cinco anos.

Estamos a trabalhar no duro para oferecer um modelo eléctrico de entrada para o Grupo VW e o líder para esse projecto é a Seat”, afirmou Gossen à britânica Autocar.

Marcus Gossen reforçou a ideia de que “não há ainda nenhuma declaração que associe a Seat à produção de um carro eléctrico”. Pelo contrário, o que foi avançado foi uma Seat condenada a concentrar-se apenas nas scooters, trotinetas e quadriciclos da Mo. “Mas podemos sempre sonhar”, avançou Goosen, para depois concretizar: “Estes sonhos estão centrados na Seat oferecer um modelo eléctrico acessível, concebido sobre a mesma base que vai dar origem ao VW ID.1, um crossover urbano que deverá começar a ser fabricado em 2026.” De referir que este “sonho” está em linha com a estratégia defendida pelo CEO da Seat e da Cupra, Wayne Griffiths, segundo o qual a prioridade na electrificação vai para a Cupra, pelo que só é de esperar que a Seat ofereça automóveis exclusivamente a bateria após 2026.

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