O FC Porto quebrou o recorde de ações na grande área do adversário na Primeira Liga. O FC Porto quebrou o recorde de pontapés de canto a favor na Primeira Liga. O FC Porto teve 71% de posse de bola, 24 remates, dois golos anulados e viu Diogo Costa passar 90 minutos sem fazer uma única defesa. No fim, o FC Porto empatou.

Sérgio e uma equipa justiceira que não fez esquecer a Justiça (a crónica do FC Porto-Rio Ave)

Os dragões não foram além de um empate sem golos com o Rio Ave no Dragão e podem agora ficar ainda mais longe de Sporting e Benfica: a sete pontos dos leões, se estes acabarem por vencer o Famalicão no jogo que ficou adiado este sábado, e a seis dos encarnados, se estes vencerem o Gil Vicente este domingo. Pelo meio, interromperam uma série de quatro vitórias consecutivas — o máximo de triunfos seguidos que alcançaram na atual temporada — e mantiveram a pior produção ofensiva dos últimos 18 anos, com apenas 33 golos em 20 jornadas.

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Francisco Conceição foi eleito o melhor jogador em campo, mas não recebeu o prémio no relvado e não surgiu na respetiva flash interview. De forma habitual em caso de resultado menos positivo, o capitão Pepe foi o representante da equipa na zona de entrevistas rápidas — e entre uma análise mais fria ao jogo e a exigência de “respeito” pelo FC Porto, não deixou praticamente nada por dizer. 

“A equipa fez de tudo. Na primeira parte fomos muito intensos e depois do intervalo também. A bola não entrou, infelizmente, mas estamos no bom caminho e a fazer boas exibições. O Rio Ave não fez nada para sair daqui com um resultado positivo. Fizeram um remate e o árbitro também permitiu a postura deles. Tenho de dar os parabéns à equipa e aos adeptos, que apoiaram a equipa até ao final. Agora é descansar. Jogamos para ser campeões e para vencer jogos. Infelizmente, o árbitro disse que ia dar mais um minuto depois da expulsão [de Boateng, já nos descontos], mas não deu. Agora há que lhe pedir explicações. Entendeu que não devia dar e agora é preciso continuar a fazer o nosso trabalho”, começou por dizer o internacional português.

Mais à frente, o central deixou muitas críticas em abstrato e sem visar um alvo direto. “Aquilo que está a passar é muito evidente. Já o disse e volto a dizer: será um ano muito difícil para nós, por tudo o que está a acontecer. Temos de continuar a honrar a camisola. O FC Porto já deu muito a esta região, a este país. Há que ter respeito pelo clube e não utilizar a marca do FC Porto para atingir algumas pessoas. É preciso respeito. Nós damos o nosso melhor para dignificar o clube e representar o país na Europa. Há muita gente que fala mal e que critica o FC Porto na hora em que dá para ver que estamos bem. Fala-se muito pouco do nosso bom futebol, só das coisas negativas. Isso não leva a nada. Ninguém fala das coisas boas do futebol”, acrescentou Pepe.

“Dá para ver pelas capas dos jornais, muito tendenciosas no que escrevem sobre nós. Existem guerras do mundo, querem mais o quê? Isto não leva a nada. Mas vamos tentar fazer o nosso melhor e hoje foi a prova disso. Mesmo não ganhando, tentámos ser uma equipa humilde, trabalhadora, intensa. Não vamos atirar a toalha ao chão por causa de um resultado menos positivo. Falta muita Liga, muitos pontos. O importante é que estamos a fazer bons jogos e é isso que vamos continuar a fazer”, terminou o experiente jogador, que este sábado chegou às 250 partidas na Primeira Liga.

Já Sérgio Conceição, também na zona de entrevistas rápidas, sublinhou que os jogadores “fizeram de tudo” para chegar à vitória. “Trabalharam de uma forma incrível. Percebíamos o que fazer para estarmos equilibrados, para ir à procura de golos, tentámos de tudo. É um jogo muito ingrato e muito injusto, hoje merecíamos a vitória e uma vitória folgada, contra uma equipa que praticamente não teve um remate enquadrado à baliza. Há dias assim e há que olhar para a frente, fazer as contas em maio. Hoje não é o dia para isso. Até porque os jogadores estão de parabéns pelo jogo que fizeram. Em maio fazemos as contas”, começou por dizer.

“Desta forma, com este espírito, a trabalhar da maneira que trabalhámos, a sermos inteligentes, com um bocadinho mais de eficácia, hoje ganhávamos de forma justa e folgada. E não era pelo cansaço do adversário. Também jogámos muitas vezes depois de Liga dos Campeões, ao terceiro dia. Uma vez fomos a Bruges e jogámos nos Açores às 14h, nem 72 horas de repouso tivemos. Não é por causa disso, mas pelo grande trabalho que os meus jogadores fizeram a todos os níveis. Há dias assim, infelizmente. Existirão outros em que, não tão bem, conseguimos os três pontos”, acrescentou o treinador dos dragões, que indicou ainda que a grande penalidade revertida na primeira parte partiu de uma “decisão dúbia”.