O encontro do Sporting frente ao Famalicão não se realizou, menos de 50 quilómetros depois acabou por não haver problemas na receção do FC Porto ao Rio Ave duas horas depois (e também no dia seguinte no Benfica-Gil Vicente). Não havia forças policiais para assegurar o encontro mas na altura dos confrontos entre adeptos chegaram várias carrinhas do Corpo de Intervenção. 13 dos 15 agentes destacados para a partida colocaram baixa, como se pensava desde manhã, e também os potenciais substitutos não estavam disponíveis. Perante tudo isto, foram-se gerando algumas teorias como se existisse uma ação concertada para “boicotar” a partida e retirar os leões da liderança ainda que à condição. Teorias que Frederico Varandas, presidente do clube verde e branco, veio esta terça-feira deitar por terra, falando apenas de algo que “podia acontecer”.

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“É conhecido que as forças de segurança se encontram em protesto, nomeadamente a PSP. O Sporting teve a infelicidade de ser o primeiro grande a entrar em campo nessa jornada. A PSP teve aquela atitude de protesto, agiu através de um fator surpresa, ninguém sabia e acabou por não haver condições para se realizar o jogo. A partir daí, e olhando para os jogos de FC Porto e Benfica, houve tempo para as entidades se precaverem, para que não se repetisse o que aconteceu connosco”, começou por apontar o líder dos leões, em declarações prestadas à Sporting TV antes do início da Assembleia Geral da SAD em Alvalade.

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“Não entramos em cabalas da PSP, nem em teorias da conspiração mirabolantes contra o Sporting. Primeiro porque isso não é verdade, depois porque isso nos desresponsabiliza, tira lucidez e tira foco à nossa missão, que é vencer. Queríamos que tivesse acontecido? Não. Aconteceu. Aconteceu e até já definimos um objetivo: chegar à data desse jogo, com menos um jogo realizado e em primeiro lugar do Campeonato. Quando houver oportunidade de calendário, seja março, abril ou maio, estaremos preparados para jogar e para ir buscar os três pontos”, acrescentou a esse propósito Frederico Varandas.

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“O Sporting queria ter jogado, o Famalicão queria ter jogado, a Liga queria que tivesse havido jogo, mas o próprio subintendente [da PSP] disse que não havia condições, que não existiam efetivos suficientes, lamentavelmente para os nossos jogadores, mas também para os nossos adeptos, que têm enchido todos os campos onde vamos. Uma palavra também para eles, porque é frustrante”, concluiu sobre o tema, sem fazer qualquer alusão aos confrontos entre adeptos dos dois clubes no exterior do recinto pouco depois das 18h num encontro que tinha sido remarcado para as 19h, algo que o comunicado da PSP apontou como um dos fatores para que não fosse possível a realização da partida da 20.ª jornada no passado sábado.

Por fim, e ainda em declarações ao canal do clube, Frederico Varandas resumiu a importância da reunião magna da sociedade verde e branca que irá “carimbar” o acordo feito com o Novo Banco que fechou a parte da reestruturação financeira. “É o último capítulo deste processo… É a formalização da conversão dos VMOC em ações, que nos permite ter 88% do capital social da SAD. É uma Assembleia Geral histórica, o fim de um longo capítulo onde tudo terminou da melhor maneira”, apontou o número 1 dos leões.

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