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Obras no Teatro Nacional de São Carlos arrancam em outubro deste ano com investimento de quase 28 milhões de euros

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Requalificação de um dos principais teatros líricos da Europa deverá estar concluída em 2026 e prevê uma melhoria geral das condições. Criações do S. Carlos continuam em vários espaços do país.

Projeto de arquitetura vencedor vai custar 2 milhões de euros e promete responder a uma série de deficiências graves do edifício histórico do Chiado, garantiu o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva
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Projeto de arquitetura vencedor vai custar 2 milhões de euros e promete responder a uma série de deficiências graves do edifício histórico do Chiado, garantiu o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Projeto de arquitetura vencedor vai custar 2 milhões de euros e promete responder a uma série de deficiências graves do edifício histórico do Chiado, garantiu o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

As obras de requalificação do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) vão arrancar em outubro deste ano. O projeto de modernização de um dos principais teatros líricos da Europa foi apresentado esta terça-feira e insere-se nas iniciativas para a área da Cultura previstas no Plano de Recuperação e Resiliência, num investimento total de 27.927.000 de euros para uma obra que, espera-se, estará concluída em 2026.

A apresentação do projeto de restauro da histórica sala de espetáculos do Chiado teve lugar no próprio São Carlos e contou com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e da secretária de Estado da tutela, Isabel Cordeiro. Os trabalhos que vão decorrer ao longo dos próximos anos visam sobretudo melhorar as condições de trabalho dos artistas e o conforto dos espectadores, por um lado, e por outro modernizar os equipamentos e capacidades da sala de espetáculos lisboeta e torná-la mais sustentável.

De acordo com Conceição Amaral, presidente do Conselho de Administração da OPART (Organismo de Produção Artística), a entidade que gere o São Carlos, as obras, além da mera atualização da estrutura, assentam numa “premissa maior: os 230 anos que temos de preservar”. Esta foi, de resto, uma ideia repetida ao longo da apresentação, quer pela administradora quer por João Mendes Ribeiro, o arquiteto responsável pelo projeto. “A preexistência determina todo o projeto. (…) A intervenção proposta para o TNSC não pretende substituir a matriz existente, nem ofuscar as marcas do tempo“, disse.

Ministro da Cultura e secretária de Estado da tutela estiveram presentes na apresentação do projeto, esta terça-feira

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Reconhecendo a dimensão das deficiências da atual estrutura, Conceição Amaral frisou alguns dos principais problemas que atualmente afetam o teatro e que estão identificadas há vários anos. Desde as janelas com infiltrações às debilidades do sistema de segurança, passando pela fragilidade da atual instalação elétrica e ao desgaste da sala principal e das condições dos bastidores, o objetivo passa por, dentro do investimento alocado no PRR, resolver ao máximo estes problemas, aproveitando aquilo que a dirigente descreveu como “uma oportunidade única, talvez a única dos próximos muitos anos”.

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Os princípios norteadores da intervenção são, sobretudo, a conservação, restauro e melhoramento das condições dos três edifícios que compõem a estrutura do teatro. Ao mesmo tempo, está previsto um melhoramento dos serviços disponíveis aos espectadores, com a criação de novos espaços de cafetaria e uma loja, bem como a criação de um espaço para exposições, no sótão do teatro, que passará a estar aberto ao público.

Salientando um passado profissional que por diversas vezes o levou a cruzar-se com o São Carlos, Mendes Ribeiro disse sentir-se “honrado” com a atribuição da obra que, diz, respeitará o passado histórico do edifício, que remonta ao século XIX. Até porque “muitas das respostas” encontradas para os problemas atuais “estavam no projeto original”, dando especial destaque ao facto de que, olhando para a planta do teatro, foi possível perceber que várias zonas do edifício não estavam a ser usadas, o que “permitiu tirar partido desse espaço”.

À requalificação prevista das zonas de trabalho dos artistas e trabalhadores – camarins, salas de ensaio, espaços comuns e gabinetes administrativos – serão ainda acrescentados dois novos espaços: uma nova sala de ensaios para o coro e uma sala de ensaios para a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

Outro alvo dos trabalhos será o palco, cuja inclinação de seis graus, um conhecido obstáculo ao trabalho dos artistas, será corrigida, num conjunto de medidas que, disse o arquiteto, visam não só melhorar as condições dos trabalhadores do próprio São Carlos como também permitirão ao teatro receber óperas e espetáculos “de todas as partes do mundo”. No mesmo sentido, será aumentado o espaço de oficina anterior ao palco, sendo este primeiro dotado ainda de uma escada para saídas de emergência (atualmente, o teatro só tem uma, passando com as obras a dispor de três).

A zona cénica também será modernizada, estando previstas melhorias ao subpalco, ao fosso da orquestra e à “teia”, o gradeamento que sustenta o conjunto de cordas, panos e telões que o público vê nos espetáculos. A plateia será retocada, ainda que de forma “quase impercetível”, disse Mendes Ribeiro.

A atribuição do projeto de arquitetura foi sujeita a um concurso internacional que foi terminado em setembro de 2023, tendo saído vencedora a proposta de João Mendes Ribeiro e do coordenador Sérgio Fernandez, orçada em cerca de 2 milhões de euros. Considerou o júri que, das cinco opções a concurso, o projeto proposto era aquele que “melhor salvaguarda os aspetos patrimoniais do TNSC e que responde de forma mais equilibrada aos múltiplos requisitos programáticos”.

Apresentação ficou a cargo da presidente do Conselho de Administração da OPART, Conceição Amaral, do diretor artístico do São Carlos, Ivan van Kalmthout, e do arquiteto responsável pela obra, João Mendes Ribeiro

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Paralela à intervenção no teatro e antes ainda de serem atribuídos os fundos do PRR, foi também iniciado um projeto de inventário geral dos acervos. Descrito por Conceição Amaral como um dos “grandes projetos” do caderno de encargos, esta área tem vindo a ser trabalhada em conjunto com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa que, em conjunto com a equipa do São Carlos, tem vindo a catalogar os “mais de 30 mil registos” contidos no espaço, que vão desde fotografias, documentação, figurinos, guarda-roupa e desenhos usados aos longo de quase 200 anos de espetáculos. Iniciado no final de 2022 e com duração prevista de dois anos, até ao momento já foi inventariado mais de metade do património da sala de espetáculos.

Até aqui, já era sabido que, durante o período em que decorrem as obras, os trabalhos do São Carlos continuarão no antigo edifício do Tribunal da Boa-Hora, que também está a ser alvo de melhoramentos para receber os cerca de 250 elementos que compõem a equipa. Este projeto de requalificação deverá estar concluído até julho deste ano, após o qual, nos meses de verão, proceder-se-á à transferência de pessoas e bens para a Boa-Hora, numa estadia que deverá durar dois anos.

O encerramento provisório do TNSC não significará a interrupção da sua atividade, algo que foi deixado bem claro por Ivan van Kalmthout, o atual diretor artístico do São Carlos, que enquadrou o período que se avizinha como “um enorme desafio” mas também uma oportunidade de “democratização” da atividade cultural e de chegar a novos públicos, através de uma difusão itinerante das propostas por vários municípios, espaços culturais e instituições parceiras. Em Lisboa, as produções do S. Carlos vão continuar no Teatro Camões, no Centro Cultural de Belém, no Teatro Tivoli e no Teatro Municipal de S. Luiz. Anteriormente, à Lusa, Conceição Amaral já tinha referido a existência de “protocolos assinados com várias câmaras e estruturas parceiras”.

Durante a apresentação, van Kalmthout destacou ainda a possibilidade de “dar a conhecer o espólio do teatro através de exposições” por todo o país, bem como “atividades dirigidas ao público em idade escolar” e possibilidades de apresentações em teatros e festivais internacionais, num conjunto de iniciativas que será clarificado em maio deste ano, quando for anunciada a programação da próxima temporada.

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