A atleta sul-africana Caster Semenya, impedida de competir porque recusa tratamento para baixar os seus níveis de testosterona, pediu esta sexta-feira ajuda para financiar a sua batalha legal contra estas regulamentações.
Caster Semenya, de 33 anos, detentora de medalhas olímpicas e mundiais nos 800 e 1.500 metros, alegou não ter fundos para pagar aos especialistas e disse, durante uma conferência de imprensa em Joanesburgo, na África do Sul, que qualquer ajuda podia fazer uma enorme diferença.
O pedido de ajuda de Semenya surge a cerca de três meses da audiência na Grande Câmara do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), em 15 de maio, que concordou em reapreciar o caso da atleta campeã olímpica dos 800 metros em Londres2012 e Rio2016.
A desportista já tinha vencido uma longa batalha judicial em julho de 2023, quando o TEDH decidiu a seu favor em primeira instância contra a Suíça, concluindo que Caster Semenya tinha sido vítima de discriminação.
Tribunal Europeu dos Direitos Humanos diz que Semenya foi discriminada
Mas as autoridades suíças, apoiadas pela Federação Internacional de Atletismo (World Athletics, antiga IAAF), anunciaram a sua intenção de levar o caso à Grande Câmara da TEDH, uma espécie de órgão de recurso cujas decisões são definitivas.
Semenya tem um excesso natural de hormonas sexuais masculinas e está envolvida num impasse com o organismo que tutela a nível mundial o atletismo há mais de dez anos, apelando ao respeito pela “dignidade e pelos direitos humanos”.
Em março de 2023, a World Athletics reforçou os seus regulamentos relativos a atletas hiperandrogénicos, como Semenya, que agora devem manter o seu nível de testosterona abaixo do limite de 2,5 nanomoles por litro durante 24 meses (em vez de 5 nanomoles durante seis meses) para competir na categoria feminina, independentemente da distância.