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Eduardo e Gonçalo, a questão central que empurra uma equipa (a crónica do Sporting-Sp. Braga)

Este artigo tem mais de 6 meses

Um estreou-se a marcar, outro esteve nos golos que acabaram com o jogo: Quaresma e Inácio foram cruciais para a goleada do Sporting ao Sp. Braga, com os leões a voltarem provisoriamente ao topo (5-0).

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Eduardo Quaresma fez o primeiro golo pela equipa principal leonina

AFP via Getty Images

Eduardo Quaresma fez o primeiro golo pela equipa principal leonina

AFP via Getty Images

O jogo que o Sporting não conseguiu realizar contra o Famalicão, devido à falta de policiamento, garantiu uma nova dose de picante ao Campeonato. O Benfica saltou para a liderança provisória da classificação, os leões ficaram com uma jornada na manga mas a dois pontos dos encarnados e todos os eventuais pontos desperdiçados tornaram-se potencialmente ainda mais cruciais.

E a grande prova disso era a 20.ª jornada que se disputava este fim de semana. O Sporting recebia o Sp. Braga em Alvalade, tendo desde logo a possibilidade de saltar para a também provisória liderança da Liga, já que o Benfica só jogava mais tarde contra o V. Guimarães. Uma escorregadela dos leões contra os minhotos, porém, abria a porta à liderança definitiva e efetiva dos encarnados em caso de vitória — e tornava o jogo de Famalicão, que ainda não tem data, ainda mais fulcral.

Ficha de jogo

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Sporting-Sp. Braga, 5-0

20.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Sporting: Adán, Eduardo Quaresma (Matheus Reis, 76′), Coates, Gonçalo Inácio, Geny Catamo (Ricardo Esgaio, 84′), Morita (Daniel Bragança, 61′), Hjulmand, Nuno Santos, Trincão, Gyökeres (Paulinho, 84′), Pedro Gonçalves (Marcus Edwards, 76′)

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Luís Neto, Rafael Pontelo, Koba Koindredi

Treinador: Rúben Amorim

Sp. Braga: Matheus, Víctor Gómez (Joe Mendes, 63′), José Fonte (Niakaté, 83′), Paulo Oliveira, Borja, João Moutinho, Vitor Carvalho (Cher Ndour, 63′), Rodrigo Zalazar (Pizzi, 83′), Álvaro Djaló, Abel Ruiz, Ricardo Horta

Suplentes não utilizados: Lukáš Horníček, Roger, Rony Lopes, Yan Said, Djibril Soumaré

Treinador: Artur Jorge

Golos: Trincão (8′), Eduardo Quaresma (18′), Gyökeres (71′), Daniel Bragança (73′), Nuno Santos (85′)

Ação disciplinar: nada a registar

Na antevisão e já depois de Frederico Varandas ter garantido que o objetivo é cumprir o calendário contra o Famalicão já na liderança do Campeonato — ou seja, vencer o Benfica em Alvalade no início de abril –, Rúben Amorim reiterou que é esse o foco. “O presidente disse que tem muita confiança em nós e nós queremos manter a nossa posição e ganhar todos os jogos. O objetivo é sempre ganhar e se o fizermos até esse tal jogo do Famalicão poderemos estar numa posição favorável. Esse é o objetivo, até para tirar a ideia de que fomos prejudicados ou de que vai acontecer uma desgraça. Se ganharmos todos os jogos será um bom sinal e penso que nessa altura poderemos estar em 1.º mesmo com menos um jogo”, sublinhou o treinador.

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Assim, o Sporting surgia este domingo com Morita de regresso ao onze inicial, depois de o japonês ter estado na Taça Asiática e ter começado no banco na Taça de Portugal contra a União de Leiria, e mantinha a titularidade de Geny Catamo na direita em detrimento de Ricardo Esgaio. Paulinho, que chegou a estar em dúvida devido a lesão, era suplente. Do outro lado, num Sp. Braga acabado de conquistar a Taça da Liga e que ainda não tinha perdido com os leões esta temporada, Artur Jorge não surpreendia e lançava Horta, Zalazar e Djaló no apoio a Abel Ruiz.

O Sporting foi a primeira equipa a causar algum perigo, com Gyökeres a arrancar em direção à grande área e a procurar assistir Pote, que não conseguiu a finalização (2′). As duas equipas pareciam estar ainda a estudar-se mutuamente quando, dentro dos 10 minutos iniciais, Víctor Gómez ofereceu um autêntico brinde ao adversário: o defesa espanhol colocou a bola à entrada da grande área, Trincão aproveitou, recuperou e atirou cruzado e forte para bater Matheus e abrir o marcador (8′). 

O Sp. Braga não teve grande capacidade para responder à desvantagem e até foi o Sporting a ameaçar o segundo golo, com um remate de Geny Catamo que passou por cima da baliza (13′). Pouco depois, a vantagem foi mesmo dilatada: Quaresma conduziu um contra-ataque e combinou com Trincão, que pôs na área em Pote; o avançado perdeu a bola, caiu e o ressalto sobrou para o mesmo Quaresma, que ainda tirou um adversário da frente antes de bater Matheus para se estrear a marcar pela equipa principal leonina (18′).

Mesmo a perder por dois golos, a equipa de Artur Jorge não conseguia chegar com perigo à área adversária e teve num pontapé desenquadrado de Borja, ainda de fora de área, a única tentativa de reação (20′). O Sporting reduziu propositadamente o ritmo e a intensidade, controlando as ocorrências com posse de bola e sem grandes solavancos enquanto realizava uma autêntica gestão física, e o Sp. Braga não tinha qualquer capacidade para ameaçar a baliza de Adán.

O jogo quebrou ainda mais a partir da meia-hora, sem que nenhuma das equipas andasse propriamente perto do golo, e a única coisa que os minhotos levavam para a segunda parte era a repetição da boa marcação de Paulo Oliveira a Gyökeres, algo que já tinha acontecido na Taça da Liga. Ao intervalo, o Sporting estava a vencer o Sp. Braga de forma clara e justa depois de 45 minutos de sentido único.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Sp. Braga:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Sp. Braga procurou pegar mais no jogo, ainda que a posse de bola tivesse poucas ou nenhumas consequências ofensivas. O Sporting ia gerindo a dinâmica sem grande velocidade, apresentando-se sempre à espera do adversário para depois explorar a profundidade e a transição mais rápida que procurava sempre a qualidade individual de Gyökeres.

Os jogadores minhotos revelavam uma ausência de entrosamento alarmante na dimensão atacante e os leões foram aproveitando para subir as linhas e travar ainda mais as parcas tentativas de ataque que iam surgindo. Rúben Amorim foi o primeiro a mexer, trocando Morita por Daniel Bragança à passagem da hora de jogo, e Nuno Santos teve a primeira oportunidade da segunda parte com um remate cruzado que passou pouco ao lado da baliza de Matheus (60′).

O Sp. Braga teve as primeiras ocasiões de golo nesta fase, com Djaló a obrigar Adán a uma defesa atenta com um cabeceamento forte na sequência de um canto (62′) e a atirar ao lado praticamente isolado pouco depois (70′), e Artur Jorge tentou aproveitar o embalo ao lançar Joe Mendes e Cher Ndour — até porque o Sporting ia demonstrando um nervosismo defensivo que ainda não tinha surgido no jogo. Em dois minutos, porém, a equipa de Rúben Amorim acabou com o jogo.

Gyökeres foi o primeiro a aumentar a vantagem: Gonçalo Inácio descobriu Trincão na direita, o avançado soltou-se de dois adversários e cruzou para a área, onde o avançado fugiu à marcação e desviou para bater Matheus (71′). Logo depois, o mesmo Gonçalo Inácio colocou em Pote à entrada da grande área, com o avançado a assistir Daniel Bragança, que atirou de primeira e cruzado para carimbar a goleada (73′). Em resposta, Amorim tirou Quaresma e Pote e lançou Matheus Reis e Marcus Edwards para o último quarto de hora.

Até ao fim, já com Paulinho e Esgaio também em campo, Nuno Santos ainda foi a tempo de fechar a goleada com uma trivela que não deu hipótese a Matheus (85′). O Sporting voltou a golear o Sp. Braga em Alvalade, vencendo os minhotos pela primeira vez na atual temporada, e regressou provisoriamente à liderança do Campeonato antes do jogo do Benfica. Num dia em que Gyökeres esteve abaixo do normal, Eduardo Quaresma e Gonçalo Inácio tornaram-se a questão central que alimentou a equipa: um estreou-se a marcar, o outro esteve nos dois golos que acabaram com o jogo.

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