O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu esta quarta-feira reformas na governança global e afirmou estar-se assistir a “uma degradação das instituições” internacionais.

Estamos a assistir a uma degradação das instituições“, afirmou João Gomes Cravinho, à margem da reunião de chefes da diplomacia das 20 maiores economias mundiais, na cidade brasileira do Rio de Janeiro, e em que Portugal participa a convite do Brasil, país que assumiu a presidência do G20, a 1 de dezembro de 2023.

O ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou ser muito importante “dar um sinal de alerta e procurar os mecanismos que permitam consertar aquilo que não funciona”.

“Em primeiro lugar o respeito pelo direito internacional”, disse.

A posição portuguesa está em linha com a do Governo brasileiro, que considerou como uma das suas prioridades para a presidência do G20 a necessidade de reformas nas instituições de governança global, como nas Nações Unidas, Organização Mundial de Comércio e bancos multilaterais.

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As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

Temas muito certeiros“, resumiu assim o ministro português, que manteve esta quarta-feira uma reunião bilateral com o homólogo brasileiro, Mauro Vieira.

Portugal estará presente em mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho, em nível técnico e ministerial, em cinco regiões brasileiras, culminando a presidência brasileira com a Cimeira de chefes de Estado e de Governo, que será realizada no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 1 de dezembro de 2023, é o anfitrião do encontro de dois dias que reúne no mesmo espaço os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergei Lavrov, mas também o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, os responsáveis da União Africana, autoridades dos países convidados da presidência brasileira, como o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, e representantes de doze organizações internacionais.

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, marca presença a convite do Brasil, assim como Angola, que se faz representar pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

O dia desta quarta-feira está reservado para as discussões sobre a atual situação mundial, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza.

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