A Fenprof e a Associação Nacional de Professores de Informática decidiram esta segunda-feira realizar, a partir de 8 de abril, uma greve articulada “às funções de apoio e manutenção de equipamentos, bem como ao suporte técnico a provas digitais”.
Numa nota divulgada esta segunda-feira, Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Associação Nacional de Professores de Informática (Anpri) justificam esta greve, que poderá durar até ao final do ano letivo, com o facto de “os docentes de informática, bem como outros, mas em muito menor número, estarem a ser convocados para o desempenho de tarefas que não fazem parte do conteúdo funcional da profissão docente”, como é o caso do apoio ou manutenção de equipamentos tecnológicos, assim como suporte técnico às provas digitais.
Numa altura em que os alunos têm pela frente as provas de aferição em formato digital, a Fenprof e a Anpri sublinham na nota que “os professores de informática, para além de desenvolverem toda a atividade que compete ao pessoal docente, são depois convocados para tarefas que deveriam ser atribuídas a pessoal técnico, mas que as escolas não conseguem contratar“.
Os docentes queixam-se que “chegam a ser centenas os computadores que, em cada agrupamento ou escola não agrupada, se avariam, dada a fragilidade da maior parte dos equipamentos”, sublinhando que, “desde os simples parafusos que se soltam até aos écrans que se partem, são inúmeros os problemas que afetam os equipamentos”.
“A imposição destas tarefas de caráter técnico agravou-se a partir do momento em que o prazo de garantia dos equipamentos expirou. Inadmissivelmente, nas escolas, essas tarefas de caráter técnico são incluídas na componente não letiva de estabelecimento, o que é ilegal pelo facto de não corresponderem a funções docentes”, argumentam.
Os professores de Informática queixam-se de que são dos que têm atribuídas mais turmas e que, por isso, trabalham com um número de alunos que atinge as centenas, sendo igualmente dos “grupos de recrutamento para os quais as escolas têm maior dificuldade em preencher horários, sendo, por isso das disciplinas em que faltam mais professores nas escolas”.
A Anpri adianta que têm sido muitas as iniciativas que desenvolveu para tentar resolver este problema, mas, até agora, sem sucesso, o mesmo acontecendo com a Fenprof, que “apresentou o problema em reuniões realizadas com a tutela, que, no entanto, não o solucionou”.
“Foi decidido, para já, avançar com pré-aviso de greve às tarefas de apoio ou manutenção dos equipamentos tecnológicos e ao suporte técnico às provas digitais, que também tem sido atribuído a estes docentes, obrigando-os a manter-se de prevenção durante todo o tempo de realização das mesmas, sejam provas de aferição ou provas finais do 3.º Ciclo (9.º ano)”, declaram no documento.
A greve terá início a 08 de abril e poderá prolongar-se até final do ano letivo, “caso a próxima equipa do Ministério da Educação não resolva o problema, o que passa por retirar aos docentes este trabalho de natureza técnica”, avisam.