Num fim de semana em que as poeiras vindas do norte de África estão a escurecer o céu e a deixar a pista do Autódromo Internacional do Algarve muito escorregadia, Miguel Oliveira regressava a Portimão para correr no Grande Prémio onde é sempre um verdadeiro herói. E regressava, principalmente, para esquecer a etapa de 2023 — quando foi abalroado por Marc Márquez numa altura em que liderava.

Cerca de um ano depois, na segunda corrida da temporada e depois de ter sido 15.º no Qatar, o piloto português da Trackhouse surgia com uma esperança renovada no Algarve. Começou por ser oitavo na primeira sessão de treinos, mas a tarde de sexta-feira não correu propriamente bem: não foi além do 17.º tempo mais rápido na segunda sessão, ficando obrigado a passar pela Q1 para ainda procurar lutar por um lugar na primeira metade da grelha de partida.

“Havia muito para melhorar” mas foi-se o pó e foram-se as asas: Miguel Oliveira acaba dia em 17.º e vai passar pela Q1

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“Tenho de estar confiante, obviamente. Nada está perdido, tenho de agarrar os dois lugares da Q1. Agora à tarde fui logo ao limite. Andei com pneu médio atrás e fiz logo 40-0. É o que tenho para dar, não tenho mais. A pista está escorregadia, no final do treino a temperatura desceu bastante e está um bocadinho traiçoeiro. Portimão é assim. No final do primeiro setor é onde perco menos tempo. Não tenho muitas queixas a travar a direito, mas não tenho grip à frente e não consigo fazer as curvas rápidas com a mota a virar no sítio certo. Perco muito tempo no último setor, com duas curvas a descer. É muito difícil, muito difícil”, explicou Miguel Oliveira, depois de uma sessão onde Enea Bastianini foi o mais rápido, à frente de Jack Miller e Marc Márquez.

Este sábado, na Q1 onde teria de ser um dos dois melhores para carimbar o apuramento para a Q2, o piloto português andou sempre perto dos dois primeiros lugares — chegou mesmo a ficar a 57 milésimos da segunda posição na volta mais rápida — mas não conseguiu o objetivo pretendido. Foi apenas o quinto mais rápido da sessão, ficando com o 15.º lugar da qualificação do Grande Prémio de Portugal, e viu Álex Márquez e Pedro Acosta carimbarem as vagas para a Q2.

Logo depois, na decisiva Q2, a sessão começou com quedas de Marc Márquez e Brad Binder ainda dentro dos cinco minutos iniciais. Pecco Bagnaia liderou durante muito tempo, mas acabou ultrapassado por Jorge Martín e logo depois por Enea Bastianini, que confirmou as boas indicações dos treinos livres e carimbou a pole-position do Grande Prémio de Portugal e apenas a segunda da carreira. Maverick Viñales e Jorge Martín fecharam o top 3 da grelha de partida em Portimão, seguidos de Pecco Bagnaia e Jack Miller.